Napa e Sonoma Valley, California – EUA

06/04/15

dia frio, partimos para Napa Valley, a região de vinhos na Califórnia. Paramos em Sacramento, no centro histórico, para um lanche e conhecer o local, que já foi uma “cidade” agitada do Velho Oeste, com bares, hotéis, saloons e o banco Wells&Fargo, que está lá até hoje. Sabe aquele, de quem viviam roubando as diligências carregadas de sacos de dinheiro? Pois existe até hoje e em todos os estados. Sacramento é também a capital da Califórnia, apesar de ofuscada por LA, San Francisco e San Diego. Tem uma área moderna, mas que não visitamos pois tínhamos que seguir viagem. Estamos em um motel em Napa, , bem no sul do Napa Valley. Final de tarde, fomos ao centro de Napa, bem bonitinho, com vários restaurantes, a Casa de Ópera, e um “riverfront” legal, só que com o vento e o frio, não deu pra aproveitar muito. Voltamos pro hotel e, daí á pouco, bateram na nossa porta. Ao abrir, ouvi logo: “Tem brasileiro aí?” Era o Simão, que junto com a esposa Eneida e os amigos Nélida e Nemésio, cariocas, estavam nos quartos ao lado e quando viram o carro vieram conversar. Ficamos conversando um bom tempo e trocando experiências, pois também já viajaram bastante de carro. Foi muito bom conhecê-los e ouvir suas estórias.

07/04/15

hoje percorremos parte do Napa Valley, uma pequena parte, porquê existem centenas de vinícolas, das premiadas às pequenas e familiares e é impossível conhecê-las todas. Seguimos algumas indicações de um guia de Estradas da Califórnia, que uma amiga querida, a Silvia V., nos emprestou e mais algumas que fomos descobrindo pelo caminho. A principal estrada do Napa Valley é a 29, mas tem um trecho que pode ser feito pela Silverado Trail, menor e que passa pelas vinícolas menores. E várias ruas, interligando as duas. O tempo está meio chuvoso, mas mesmo assim conseguimos visitar umas 4 grandes vinícolas: Inglenook, iniciada em 1879 por um capitão da marinha finlandesa, Gustave Niebaum, que construiu um “chateau” e começou a produzir vinhos para rivalizarem com os europeus, e, ao longo dos anos, conseguiu vários premios. Em 1975, com o dinheiro de “O Poderoso Chefão”, o cineasta Francis Ford Coppola e a mulher, Eleanor, compraram parte da propriedade e levaram 40 anos para recomprar e recompor os vinhedos originais. Dentro da sede estão salas de degustação, um museu sobre a propriedade, uma coleção de lanternas mágicas (como antigos projetores de slides) que Coppola colecionava, o carro do filme “Tucker” e, claro uma loja que vende lembranças e vinhos. Vi uma variedade, chamada Rubicon, que eu não conhecia e pedi meia garrafa e já fui dando o cartão de crédito. Quando o senhor falou o preço, quase caí de costas. Mas, como já estava feito, peguei minha garrafinha, meu cartão agora mais leve, hehehe, e perguntei sobre a tal uva. E aí, ele me contou a seguinte história (ou estória): mexendo nas caves, o Coppola achou uma garrafa com rótulo escrito à mão pelo capitão Niebaum. Levou a garrafa à Universidade da California, em Davis, aqui perto, para análise e descobiu-se que era uma variedade de cabernet-sauvignon diferente das 28 conhecidas até então. Aí, começaram a colher amostras de todos os vinhedos da propriedade e descobriram que era de uma área próxima à sede e que já usavam e dava um bom vinho. E que era das vinhas trazidas originalmente por Niebaum, da França, em 1880, e que já não existia mais em qualquer outro lugar. Tomaremos um pouco desta história, saboreando bem devagarinho…
Em Santa Helena, tem o Instituto de Culinária da América, onde você pode degustar também comidas, além dos vinhos. Paramos ainda na Vitorio Sattui, nascida do sonho do imigrante italiano Vitorio Sattui, inicialmente um padeiro quando chegou nos EUA e que passou a fazer vinho, logo reconhecido pela sua qualidade; mas, com a Lei Seca, o negócio parou e ficou adormecido por 60 anos, até que o bisneto, Dario Sattui, conseguiu reativar e expandir o negócio, além de criar uma loja de queijos, pães e azeite junto à área de degustação, e salas e áreas externas, caso você queira fazer um piquenique por lá mesmo. Aliás, isso é uma constante das vinícolas que visitamos: todas têm áreas para se comer, além das salas de degustação. Fomos seguindo pelas estradas entre os vinhedos e nunca vi tanta parreira assim. Parece os canaviais de Ribeirão Preto ou os cafezais do sul de Minas. Ainda em Santa Helena, paramos no Bale Grist Mill Stone Historic Park, que tem um moinho restaurado, do século XIX, com sua roda d’agua de uns 30 m. Próxima vinícola, Castello di Amorosa, também do Dario Sattui, que construiu um castelo como os europeus, com técnicas dos séculos XII e XIII, aberto em 2007, e tem fosso, ponte levadiça, um hall suntuoso, capela e até câmara de tortura com uma “Iron Maiden”, comprada na Itália. Como o próximo tour iria demorar, visitamos apenas por fora. Passamos por Calistoga, outra cidadezinha charmosa e fomos visitar o “Old Faithful of California” (já vimos um no Yellowstone), um geiser que tem “hora marcada” para soltar seu esguicho. Segundo o proprietário do local, ele esguicha a cada 30 minutos, mas como teve uma chuva muito forte há alguns dias atrás, atualmente, ele esguicha a cada 10 minutos, por um período menor e um jato mais curto. O lugar é bem cuidado, com áreas para se sentar, jardins e até um pequeno zoológico. Aqui perto tem também árvores petrificadas, mas quando passamos por lá estava a maior chuva e acabamos não entrando. Também já havíamos estado na Petrified Forest, no Arizona. Seguimos até o Alexander Valley, com outros tantos vinhedos mas também plantações de maçãs e prados verdes, bem bucólico. Voltando, fomos ziguezaguendo pelas estradinhas, pegando mais a Silverado Trail, menor e mais bonita.

08/04/15

começamos hoje pelo Sonoma Valley, que também vem crescendo bastante. Primeira parada, na Hess Collection, vinícola e galeria de arte em um mosteiro reformado e jardins muito bem cuidados. É, aqui tem de tudo. Estamos encantados com os jardins, principalmente com as roseiras, com rosas enormes e de cores variadas. As roseiras são usadas nas vinícolas como “sentinelas”, pois formigas e outras pragas as atacam primeiro. Roseira picotada é sinal de alerta e de perigo. Ah, por aqui também existem muitas fontes termais, com águas quentes e pode-se passar o dia relaxando nelas. Não paramos em nenhuma. Fomos seguindo pelo Sonoma Valley até a Francis Ford Coppla Winnery. Sim, esta é a segunda (ele comprou mais uma recentemente, que ainda não está aberta ao público). Aqui, um outro carro de “Tucker”, 4 Oscars e mais trajes do “Drácula”, a escrivaninha de Don Corleane, de “O Poderoso Chefão” , fotos e outras curiosidades. Na área externa, piscina com cabines de nabho para se trocar e quadras de bocha. E, claro, restaurante e loja de lembranças e vinhos. Almoçamos por lá e depois, descansamos à beira da piscina, tomando sol. Na volta paramos em Healdsburg para um passeio no centrinho, com a praça de sequóias e casa coloniais.

Vejam as fotos: