Yosemite NP, California – USA

30/03/15

nosso destino hoje é o Yosemite National Park, na Sierra Nevada, entre os 600 e os 4.000 metros e recebe a visita de cerca de 4 milhões de visitantes por ano, grande parte somente para ver o vale de Yosemite, mas no parque existem muitas outras atrações, pois é reconhecido internacionalmente pelos seus espetaculares desfiladeiros de granito, cascatas, arroios claros, bosques de sequoias gigantes e grande biodiversidade, que lhe valeram a designação de Património Mundial em 1984. O El Capitan, um proeminente penhasco de granito que se impõe sobre o vale, é um dos mais populares destinos do mundo para os escaladores de rochas, uma vez que oferece diversos percursos com diferentes graus de dificuldade, para além de estar acessível todo o ano. Erguem-se também sobre o vale a Sentinel Dome e a Half Dome, impressionantes cúpulas de granito com 900 e 1.450 metros respectivamente. John Muir, que lutou para a criação do parque disse que “ Nenhum templo feito pelo homem se compara ao Yosemite”. E ele sabia o que estava falando pois percorreu toda esta região durante anos. O parque várias entradas e pelo menos 4 regiões: Mariposa Grove, Yosemite Valley, Tioga Road, que acompanha o canion do rio Tuolumne e corta o parque de leste a oeste e que fecha no inverno (de outubro a maio) devido à neve e, mais ao norte, Hetch Hetchy. Estamos vindo do sul, então entramos pelo Mariposa Grove, um bosque de Sequóias e fomos passear entre estas gigantes. Se no Sequoia NP tem uma caída, com um túnel por onde passa um carro, aqui tem uma de pé, com um túnel por onde passam pessoas. Aqui já vemos mais gente pelo parque, pois é o “spring break” da garotada e este é o parque mais famoso da Califórnia. Agora é rumar para o hotel, que fica a dez milhas daqui.

31/03/15

saímos bem cedo para aproveitar bem o dia, pois o parque tem muitas atrações e umas 1300 milhas de trilhas. É, não vai dar para fazermos todas… Já no parque, vimos várias áreas com fumaça e uma placa: “ Área de de incêndio sendo manejada. Favor não comunicar”. O Yosemite já sofreu vários incêndios, sendo um grande o ano passado e vemos as “cicatrizes” em vários pontos, com árvores calcinadas e algumas clareiras. Assim, fomos pelo Yosemite Valley, parando para fotos do El Capitan, um bloco maciço de granito, cuja formação desafia os geologistas. Eles acham que os granitos do Yosemite se solidificaram a uns 8 km de profundidade. A medida que as rochas suprajacentes sofreram erosão, esses granitos foram sendo expostos e continuam sendo esculpidos pelas forças da natureza. Seguimos até o último estacionamento, de onde se avista outros maciços como o Half e o North Dome. Desses dois, os índios contam de um casal que vivia brigando. Os Espíritos, insatisfeitos com eles, os transformaram em pedra, um de frente para o outro, se encarando por toda a eternidade. Belo castigo! Nosso primeiro destino foi o Mirror Lake, um lago tranquilo, que reflete a bela paisagem ao seu redor. Isto quando está cheio, né, porque atualmente está meio seco e é como se fossem 3 pequenos lagos, com ilhas entre eles. Como queríamos voltar pelo outro lado, o jeito foi tirar as botas, arregaçar as calças e cruzar o gelado Tenaya Creek. Brrrr, poucos minutos e já dava pra sentir as pernas formigando, de tão gelado. Voltamos ao carro, fizemos um lanche e partimos para a Vernal Fall, uma bela cachoeira que víamos da estrada. E dá-lhe subida, sendo os últimos metros, uma subida de 700 degraus e mais uns 10 platôs, esculpidos na rocha e, ás vezes, molhados pelo spray da cachoeira. Mas com um visual lindo, ainda mais acompanhado de arco-íris. E, chegar lá em cima e ver o vale lá embaixo, dá uma sensação muito boa. Fê, saindo de uma gripe, resolveu deitar numa pedra e curtir um solzinho e eu resolvi subir mais um pouco, pelas pedras e cheguei no Emerald Pool, um poço de águas esverdeadas e com um “tobogã” de pedra, e várias quedas d’água pequenas, acima. No verão deve ser uma delícia. Na volta, ainda paramos nas Happy Isles, um conjunto de ilhotas, com prainhas e muitas pedras. John Muir, disse do Valley: “Tudo parece estar fluindo, indo para algum lugar: animais, plantas, rochas ditas inanimadas e também a água”. De volta ao carro, ainda várias paradas para fotos do pôr-do-sol. Hoje andamos bem uns 20 km. Estamos ficando bons nisso, hehehe. E, em uma das áreas de manejo de fogo, vimos um princípio de incêndio, já sendo cuidado pelo pessoal do parque. Tomara que não progrida….

01/04/15

hoje resolvemos pegar mais leve, então vamos para as trilhas mais populares, de pequena distância e bem delimitadas. Como a Glacier Point Road abriu, primeiro fomos por ela, uma estrada bem bonita e sinuosa,
subindo até o Glacier Point, de onde se tem uma vista do Half Dome, Sentinel Dome, North Dome e várias outras montanhas, bem como diversas cachoeiras, inclusive a Vernal Fall, que fomos ontem e a Nevada, que só avistamos. O nome Glacier, é porque houve um glaciar em tempos imemoriais que deram o contorno que o vale tem hoje. Hoje ele não existe mais, apenas suas marcas no vale e rochas locais. Ali encontramos o Emerson e a Nayara, com os filhos, goianos e que moram há 19 anos aqui. E também uma família de mineiros de BH, a passeio. A Cherry sempre chama atenção por onde passa e as pessoas sempre nos abordam para perguntar da viagem. Também um grupo de americanos, que nos deram o maior incentivo. Muitos brasileiros visitando os parques aqui da Califórnia. Voltamos a estrada do Yosemite Valley, parando na Bridalveil (mais uma Véu de noiva, hehehe) para uma trilha bem tranquila e cheia. Esta é a semana do “saco cheio” por aqui, por isso tem bastante gente. A cachoeira está bem delgada, e com o vento, às vezes, só se percebe o spray e nem há um fio contínuo de água. Cruzamos a Sentinel Bridge e, depois de muito custo, conseguimos estacionar para a Lower Yosemite Falls. Da estrada pode-se ver as duas, a Lower e a Upper Falls, mas o acesso fácil é só pra a Lower e lá fomos nós. Muita gente espalhada pelas pedras, tentando chegar mais perto do colosso, que despenca lá do alto. Na saída, paramos ao lado do rio Merced, com vista para o El Capitan e as Cathedral Rocks, para apreciarmos mais um pôr-do-sol.

02/04/15

dia de pegar estrada, mas, pelo caminho, seguimos pelo Yosemite, demos uma parada na Yosemite Mountain Sugar Pine Railroad, que originalmente transportava madeira e hoje é uma Maria Fumaça original, que faz um passeio de uma hora pela floresta. Seguimos para El Portal, a entrada principal do parque, numa estrada que segue acompanhando o rio Merced, com várias cachoeiras e visual bem legal. Logo após, voltamos ao parque, passando pela Arch Rock, duas pedras sobrepostas que formam um arco por onde passa apenas um carro de cada vez. Como a Tioga Road continua fechada, fomos para a Big Oak Flat Road, para chegarmos à Hetch Hetchy Valley com seus riachos e cachoeiras. Desde 1882, o vale era avaliado como um lugar para um novo reservatório de água para suprir, principalmente San Francisco, que vinha crescendo rapidamente. Preservacionistas, liderados por John Muir ( sim, aquele mesmo do Sequóia NP e que inicialmente era um madeireiro), queriam que o vale permanecesse como estava, chegando mesmo a fazer uma campanha para tal, pela primeira vez na história americana. Os que apoiavam a criação da represa, exaltavam os benefícios sociais e econômicos que traria. Em 1906, houve um terremoto e incêndio em San Francisco, o que mudou a opinião pública a favor da construção e em 1913, o Congresso autorizou a construção da represa em Hetch Hetchy e outra no lago Eleanor, próximo dali. Hoje supre San Francisco de água e energia elétrica e é o maior corpo de água dentro do parque. Cruzamos a barragem à pé, passamos por um túnel escavado na rocha e seguimos por uma trilha margeando o rio, mas ainda assim, com subidas e descidas, entre vários tipos de pinheiros, carvalho e um arbusto chamado “manzanita” que tem o tronco liso e de um vermelho escuro. Uns 4 km até a Wapana Fall e, logo acima dela, a Tueeulala Fall. Água cristalina e gelada, hehehe. E um cheiro adocicado no ar, que não consegui distinguir de qual árvore. Uma caminhada bem agradável. E, aqui também, o nível de água está bem baixo. Aliás, ouvimos que talvez haja racionamento de água na Califórnia… Saímos do parque pela Cherry Lake road, com o rio Tuolumne lá no fundo do vale, cercado por montanhas. Paramos na Roadhouse 29, na Creeley Hill Rd, para amanhã seguirmos para Lake Tahoe. Fomos recebidos pela Brenda e sua filha e a casa é bem legal, numa área rural, cercada de verde; e, como estamos só nós, temos o local só pra nós. Fê está agora preparando o jantar.

Vejam as fotos: