Sequóia National Park, California – USA

25/03/15

saindo ontem do Death Valley, seguimos pela Sierra Nevada, subindo e descendo montanhas, com árvores do deserto como as Joshua trees, um tipo de agave, típica do Mojave. Pode atingir até 15 m de altura, raízes até 11 m e viver centenas e até milhares de anos. Como é primavera, soltam um cacho de flores brancas. Seguimos pelo Vale do rio Kern, uma região de muito verde, e áreas de cultivo de frutas, principalmente laranjas. Com a janela do carro aberto, sente-se o cheiro de flores de laranjeiras no ar. Ar puro, pássaros cantando e muito verde por onde se olha. Como é bom ver o verde novamente! Em uma das curvas, avistei um bobcat (um primo menor da onça), no rio lá embaixo, mas quando paramos e fomos olhar, já não o vimos mais. Já estamos com saudades de avistar os bichos, mas agora, como já está mais quente, acho que vamos voltar a vê-los. Paramos num hotel á beira da estrada para dormir e agora seguimos para o Sequoia National Park and Kings Canyon, que são contíguos. O Sequoia NP foi o segundo parque a ser instituído nos EUA, em 1890, e consiste de uma área com as maiores sequóias do mundo, sendo a primeira, a maior árvore viva do mundo. Sequóia é um tipo de pinheiro, tendo uma única espécie sobrevivido, a sequóia vermelha. A espécie destaca-se pelo seu grande porte e longevidade. Pode viver por milênios e, neste período, ultrapassar os 100 metros de altura e algumas dezenas de metros de circunferência em sua base. Alguns exemplares nos Estados Unidos possuem troncos de cor avermelhada, tão robustos que permitiram escavar um túnel para a passagem de carros em suas bases. Outra característica da espécie, além do porte, é o tamanho relativamente curto de seus ramos laterais, concentrados na região apical da árvore, e as folhas estreitas distribuídas disticamente no ápice dos ramos. A paisagem agora é de muito verde, com os picos nevados da Sierra Nevada, ao fundo. Também começam a aparecer algumas vinícolas. Muitas áreas de lazer pelo caminho, lagos, rios. Paramos em uma delas, à beira de um lago, para um almoço ao ar livre, vendo pescadores com seus barcos e toda a tralha. Pegamos a estrada do parque, entrando pelo sul e paramos no Foothill Visitor Center, para pegar informações e mapas. E logo ficamos sabendo que a estrada cênica do Kings Canyon ainda está fechada, devido ao inverno e neve, até final de abril. Mas, o parque tem muitas áreas para se visitar. O parque foi criado para proteger as árvores, que estavam sendo cortadas e muito graças ao esforço de John Muir, um pioneiro que vivia por aqui. A estrada passa por dentro do parque, bastante sinuosa e com visual maravilhoso. Dessa vez, conseguimos um hotel dentro do parque, o que facilita nossa vida. Mas, até chegar lá, fomos parando nos diversos pontos. Em um deles, conhecemos uma família de mexicanos que vive na Califórnia, super simpáticos e ficamos conversando um pouco. Próxima parada foi na Moro Rock, uma pedra após subir 350 degraus, de onde se tem uma vista panorâmica do vale e da serra Nevada. Seguindo, passamos pela Tunnel Log, um túnel escavado em uma sequóia que caiu na estrada em 1937. Cherry passou folgada! Próxima parada foi na Giant Forest, onde estão 4 das 5 maiores sequóias do mundo. A maior, General Sherman Tree, mede 83,6 m de altura por 7,7 m de diâmetro e idade entre 2300 e 2700 anos!!! Apesar de não ser a mais alta e nem a mais larga, é a que tem o maior volume. E impressiona!!! É linda, com seu tronco vermelho e seus galhos curtos lá no alto. E pela floresta vemos várias outras gigantes majestosas. Elas não são atacadas nem por fungos e nem por insetos e caem devido à ação da água que vai minando suas raízes. São quase imortais. Vimos várias árvores que sofreram a ação do fogo de incêndios, mas têm uma resina que ajuda na cicatrização e, mesmo, parcialmente calcinadas, continuam de pé. Imagine que estas ávores estão aqui há centenas e, algumas, milhares de anos!!! Caminhar pela Giant Forest é, realmente, um privilégio. Depois de vários dias no deserto, ver o sol filtrando entre as árvores é muito bom. Ah, e ainda tem alguma neve ao lado da estrada, mesmo com a temperatura beirando os 20o C.

26/03/15

hoje vamos á parte norte do parque, entrando no Kings Canyon. Uma caminhada até o Panoramic Point, com o dia ensolarado e os picos nevados ao fundo e um enorme silêncio. Ar puro da montanha e momento relax, hehehe. Daí, fomos para General Grant Grove, onde está a General Grant Tree, a segunda maior do parque, por um caminho de gigantes. Além de sequóias, tem abetos e cedro vemelho, que podem ser ainda mais altos. Fê até lembrou de um seriado da década de 70, “Terra de Gigantes”, pois parecíamos mesmo ser os “pequeninos” em outro planeta. Como disse John Muir, quando entrou aqui pela primeira vez: “Quando eu entrei nesta área intocada, com os troncos das árvores rosados e brilhantes, silenciosos e pensativos, que pareciam esperar religiosamente pelo sol, eu caminhei suavemente e extasiado por entre elas”. E se não fosse pelo esforço dele, é provavel que muito poucas teriam sobrevivido á sanha dos lenhadores do início do século 20. Próxima parada, Hume Lake, uma área de lazer, com marina, hotel, camping, mercearia. Paramos para ver o lago e fomos abordados pela Kelly, uma garota de São Paulo, muito simpática, nossa vizinha de bairro, hehehe, que está de férias por aqui. Conversamos um pouco e seguimos na estrada. Aqui há também uma vila, com armazém e bomba de gasolina, além de área para camping e hotel. Seguindo, demos na estrada fechada do Kings Canyon e voltamos por uma estrada menor, serpenteando por vales e montanhas.

27/03/15

aqui temos muitas opções de trilhas e hoje resolvemos fazer uma trilha mais longa, pelo Redwood Mountain Grove, com várias sequóias, cedros e abetos gigantes pelo caminho, algumas caídas na trilha: subindo e descendo por uns 10 km. Como boa parte é pela sombra, a caminhada é muito agradável e nem se cansa muito. Passamos por algumas áreas com várias árvores calcinadas, remanescentes de incêndios ocorridos no passado e algumas outras, com “cicatrizes” extensas, mas de pé. Algumas áreas, onde estas gigantes se concentram, subindo pelos céus, tem-se a impressão de se estar em uma catedral a céu aberto! Fantástico!

28/03/15

hoje vamos tentar chegar ao Heather Lake, por sugestão de uma ranger. Depois de andar uns 2 km, havia uma placa dizendo que havia neve e que estava fechada, mas dando a opção de um desvio. Bem, peguei o desvio e, claro, que era só subida. Fê está gripado (pela primeira vez nesta viagem) e voltou. Pelo caminho ainda alguma neve e, depois de mais 1,5 km, cheguei num ponto alto, com o rio kaweah ao fundo e montanhas nevadas ao redor. Mas nada do Heather Lake… A trilha continuava, agora descendo, mas como já era o meio da tarde e não tinha indicação da extensão e o Fê estava me esperando no carro, achei melhor voltar. Fê ficou no hotel, eu peguei a máquina e fui até o Sunset Point, logo atravessando a rodovia e numa área de camping, para ver o pôr-do-sol. Que, aliás, foi muito bonito!

29/03/15

hoje deveria ser uma caminhada mais leve, pois o Fê ainda está gripado, então deixamos o carro no hotel e fomos pela Sunset trail, pelo meio das árvores e cachoeiras. Fomos seguindo e emendamos com a Ella Falls, mas daí a pouco começou uma bela subida e o Fê já estava meio cansado, então, sentou numa pedra, tomando um sol e eu segui, pois achava que estava perto. Encontrei algumas pessoas pelo caminho que me disseram que mais uns 10 minutos e chegaria. E lá fui eu … O local é bem legal, e a cachoeira está com pouca água, mas mesmo assim é bem bonita. E várias florzinhas pelo caminho. Voltamos pro hotel e o jeito é descansar, pois amanhã tem mais estrada.

Vejam as fotos: