Death Valley, California – USA

22/03/15

logo de manhã, pegamos a estrada e fomos para o Death Valley National Park, a uns 15 km daqui. É uma área entre os desertos da Great Basin e Mojave, com montanhas, salares, vales, dunas e badlands, um terreno formado por sedimento de rochas macias e argila, e que sofreram a açano do vento e das chuvas. Apesar de ser região de deserto, o parque abriga vários tipos de plantas e animais, inclusive o pupfish, um peixe pré-histórico e altamente adaptado às condições extremas do deserto. Sim, porquê se de dia, no verão a temperatura supera os 40oC, à noite, no inverno cai abaixo de zero. E porquê este nome? Conta a lenda, que em 1849 um grupo de mineiros que iam para os campos de ouro da Califórnia ficaram presos no vale, com pouca comida e água, e quando finalmente, foram resgatados, um deles teria dito: “Adeus, Vale da Morte” e o nome pegou. Passamos no Visitor Center, para pegar mapas e informações e rumamos para o Golden Canyon, que como o nome diz, tem paredes em tons de dourado, o que é acentuado pelo sol e que rendeu uma boa caminhada. Seguimos para Badwater Basin, o ponto mais baixo da América do Norte: 86 m abaixo do nível do mar. Outra caminhada aqui, agora pelo salar. Badwater foi fundo de oceano há milhões de anos e o que restou foi o sal que permeia as camadas de terra, que às vezes, por congelar e degelar, “explodem”, formando montículos de terra e sal. Atualmente, esta àrea não é explorada para extração de sal. Esta área é rica em vários minerais e isso dá os diferentes tons das rochas. Durante a corrida do ouro da Califórnia, várias minas foram abertas aqui, mas hoje, muito poucas estão em atividade. Minério como ferro, manganês, chumbo, potássio, etc eram explorados. Mesmo na área do parque ainda existem algumas áreas privadas de exploração de minério e muitas minas abandonadas, inclusive algumas cidades fantasma. Voltando, passamos por outro e mais uma Natural Bridge, com rochas coloridas. Próxima parada, Artists Palette, uma área de cinzas vulcânicas, cujas cores, amarelo, vermelho, verde, cinza, rosa desafia o mais talentoso dos pintores. Eu nunca tinha visto uma rocha cor-de-rosa!!! Aqui tem! A cada curva, uma combinação de cores mais fantástica que a outra. Não sei se as fotos farão jus ao que vimos. Pegamos outra estradinha e fomos ao Dante’s View, um ponto no alto de onde se avita parte de Badwater Basin, salar, dunas. E aqui, o que predomina são os tons de bege e marrom, a perder de vista. E, pela primeira vez em vários meses, vimos um bicho: um lagarto, que ficou só nos observando. Mais um canion, o Twenty Mule Team Canyon, badlands em tons de amarelo e creme. Tem esse nome, pois por aqui passavam carregadores de minério, em carroções puxados por 20 mulas. Por último, uma parada no Zabriskie Point, para mais uma visão panorâmica do vale.

23/03/15

De volta ao Death Valley NP, agora para explorar a parte mais ao norte. Scotty’s Castle, é um casarão em meio a um oásis, em estilo colonial espanhol, construído em 1922 por um miilionário de Chicago, Albert Johnson, a conselho de Walter Scott, um aventureiro e embusteiro na era das minas de ouro. Após investir por vários meses, sem sucesso, o milionário saiu do esquema, mas continuaram amigos. O local tem uma usina própria para gerar eletricidade e também, uma usina solar. Com a Grande Depressão em 1929, Johnson perdeu quase todo o dinheiro e, novamente, a conselho de Scott, pôs os quartos do rancho para alugar. Ambos estão enterrados nas terras do rancho. Em 1970, o National Park Services americano comprou o castelo e o mantém. Pegando outra estrada, fomos para a Ubehebe Crater, uma cratera vulcânica de 1km de largura e até 230m de profundidade, formada há uns 800 anos. Pegamos uma trilha que contorna a cratera e que leva até a Little Hebe, uma cratera menor. As distâncias aqui são grandes, então, pegamos novamente o carro e fomos para o Mosaic Canyon, um canyon de mármore polido e estreito, com altas subidas e descidas. Exercitamos nosso lado cabrito aqui, hehehe. Nem os poles de caminhada ajudaram muito. O nome, Mosaic, é devido a alguns fragmentos de diferentes rochas que formam algumas partes do canion. A pedra predominante é um tipo de dolomita, rica em magnésio e formada há uns 900 milhões de anos, quando a área era parte do oceano Pacífico. Estes sedimentos foram soterrados por material mais jovem e sujeitos a altas temperaturas e pressão, formando o mármore. Subsequente elevação e erosão expuseram estas rochas. Caminha-se pelo leito seco do rio e também observamos áreas onde existiram cachoeiras. Muito legal. Mais uma parada, agora nas Sand Dunes, e com um calor de uns 27oC, um conjunto de dunas altas, com raras árvores retorcidas. Ah, para nossa felicidade, começamos a ver algumas flores, pois mesmo no deserto, a primavera está chegando.

24/03/15

hoje vamos pegar a estrada, novamente, mas passando por dentro do Death Valley NP, por uma estrada de terra que corta o Titus Canyon. A estrada está bem conservada e é muito legal, com subidas e descidas por canions e muuuitas curvas. Tem sentido único, ie, só se pode percorrê-la de leste para oeste, pois é muito estreita em alguns trechos, à beira de ribanceiras. Aqui pode-se perceber bem a movimentação das placas tectônicas há milhões de anos, pois pode-se ver as placas de rocha aflorando da terra. Bem legal! E, de um passado mais recente, algumas minas abandonadas. Aqui também um show de formas, cores e texturas. Aqui, no Death Valley NP, vimos combinações de cores que nunca tínhamos visto antes na Natureza. E, para quem pensa que o deserto é monótono, esta é a prova do equívoco. As ações da natureza estão sempre em curso, mudando tudo a cada dia. E, também, está tudo ali, formas, cores textura; o que fazemos é imitar o que a Natureza nos brinda.

Vejam as fotos: