Philadelfia, Pennsylvania – EUA

09/12/2014

De volta à estrada, rumo `a Philadelphia. Passando pelas estradas do Maine, dá uma vontade grande de parar e esticar até a costa, pelas várias cidades pesqueiras que tem por aqui. Mas, prometemos à nossa sobrinha que estaríamos em Dallas em 18/12/14, pois ela fará um solo de clarinete da banda da escola e, claro, queremos assistir; então, o jeito é seguir em frente. Em um trecho da estrada, debaixo de chuva, percebemos uma caminhonete, nos rodeando. Achei estranho o cara com a janela aberta naquela chuva e abri a minha pra observar. Daí, logo vem: “ ‘Cês são brasileiros? Digo: “sim!!!” e o rapaz saca uma banderinha do Brasil e segue chacoalhando-a, todo feliz… Também ficamos muito felizes em encontrar mais um brazuca na terra do tio Sam. Que você tenha um ótimo 2015, amigo!!! Como já conhecemos Boston e Nova Iorque, desta vez não iremos visitá-las. Então, seguimos até a Filadélfia e escolhemos um hotel no centro, para visitar as várias atrações históricas. Filadélfia é a maior cidade do estado da Pensilvânia e a quinta maior dos EUA, com uma população aproximada de 1,6 milhões de pessoas. Carinhosamente chamada de Philly ou “cidade do amor fraterno” não só por philos – amor e adelphos – irmão, em grego, mas também pela grande influência da maçonaria (cujos membros pregam a fraternidade e liberdade) na história local e americana. Fundada em 1682 por William Penn, um Quacker, emigrado da Inglaterra, por perseguição religiosa, e que fez questão que em sua cidade todas as liberdades fossem respeitadas. Teve papel fundamental durante a Revolução Americana, sendo o local de reunião dos “Founding Fathers of The United States” (muitos deles maçons), sendo um deles, Benjamin Franklin ( que inventou o para-raios e as lentes bifocais, entre outros), e que assinaram a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América em 1776, juntando as várias colônias, e a Constituição, em 1787. Foi a capital do país enquanto Washington, DC estava sendo construída e ponto de migração dos escravos que fugiam do sul, no século 19, pois ali não havia escravidão. Enfim, foi o berço do que hoje são os Estados Unidos da América.

10/12/2014

Pra variar, frio e chuva fina. Pegamos nossos equipamentos de inverno (casaco, gorro, luvas) e fomos para o Mall, no centro histórico, para conhecer um pouco mais da história americana.Começamos pelo Independence Hall, onde foram assinadas a Independência e a Constituição Americanas, por Thomas Jefferson, Ben Franklin e outros.Para se entrar, passa-se pela Segurança e o tour é guiado, o que torna o passeio mais interessante. O que me chamou a atenção foi a simplicidade e clareza da primeira Constituição, chamada de “The Great Essentials”: já começa assim: “Se homens fossem anjos, nenhum governo seria necessário”. São 4 parágrafos:
1- Todo poder que o governo tem, vem e pode ser reclamado, por aqueles que são governados
2- Nações livres e independentes existem para garantir o bem estar do povo
3- O governo justo deve ser regido por uma constituição escrita e não pelos caprichos pessoais de seus líderes humanos
4- O poder deve ser igualmente separado, dividido e balanceado pelos poderes nacionais, estaduais e locais.
Quão simples e eficaz seria se nossos governantes se lembrassem disso e nós soubéssemos reclamar estes direitos básicos! O símbolo maior da cidade é o Liberty Bell, fundido em 1752, pela Whitechapel Bell Foundry em Londres; o Sino da Liberdade, e que era conhecido como Old State House Bell até 1837, quando foi tido como símbolo do movimento abolicionista. O Sino talvez seja um dos mais notáveis símbolos da Revolução Americana e da subsequente Guerra de Independência, além de estar associado aos conceitos de Nacionalismo e Liberdade, tão valorizados na cultura norte-americana. Seu mais famoso toque, em 8 de Julho de 1776, convocou os cidadãos da Filadélfia para a leitura da Declaração da Independência. Antes, já havia soado para anunciar a abertura do Primeiro Congresso Continental, em 1774, e a eclosão da Batalha de Lexington, em 1775. Nele está a inscrição:
“Apregoareis liberdade na terra, a todos os seus moradores LEV. XXV X.
Por ordem da Assembléia da Província de Pensilvânia
Pela Casa do Estado da Philadelfia, 1753”
Em março de 1753, o sino foi pendurado temporariamente em um andaime na frente da praça da Câmara Estadual e, para o espanto dos que estavam presentes o sino rachou em seu primeiro toque . Durante o século 19, o sino tocou na morte de Andrew Hamilton (1804), o retorno de Lafayette para Filadélfia (1824), as mortes de Adams e Jefferson (1826), a celebração de aniversário de 100 anos (1832) de Washington e as mortes de Lafayette (1834 ), John Marshall (1835) e William Henry Harrison (1841). Em 1839, o abolicionista William Lloyd Garrison publicou no The Liberator, um panfleto abolicionista contendo um poema sobre o sino, entitulado “O Sino da Liberdade”, que representa o primeiro uso conhecido (no prelo) do nome, “Liberty Bell”. Não é certo quando a segunda rachadura apareceu (a primeira após a recasting), mas o sino foi consertado em fevereiro de 1846. O método de reparação, conhecido como a perfuração de parada, com a perfuração ao longo da rachadura para que os lados da fratura não progredissem. Em 22 de fevereiro de 1846, o sino foi suspenso por várias horas na torre do Independence Hall, em homenagem ao aniversário de George Washington. Quando o sino tocava, a rachadura cresceu a partir do topo, tornando o sino inutilizável. A fenda que existe atualmente no Liberty Bell é (ao contrário da crença popular) a reparação das expansões, e não a própria rachadura. Em 1852, o sino foi removido de seu campanário e colocado em exposição na “Declaração de Câmara” do Independence Hall. De 1885 a 1915, o Sino da Liberdade viajou para várias cidades e foi exibido em exposições e feiras mundiais. A área onde está hoje tem várias exposições sobre o tema liberdade. Ficamos conversando com um dos monitores do local, um senhor muito simpático e que gosta de viajar e nos fez várias perguntas quando soube de nossa viagem. A pergunta mais frequente que ouvimos é sobre a segurança no Mèxico e América Central e a resposta que damos, é que não tivemos qualquer problema, mantendo sempre os cuidados adequados, como não viajar à noite. Depois fomos à casa do Benjamin Franklin e passamos por Chinatown. O Fernando estva indisposto e resolveu voltar para o hotel e eu fui conhecer a Barnes Foudation, que tem a maior coleção de pós-impressionistas como Renoir (impressionantes 181 quadros), Cèzanne, Matisse e pré-modernistas como Picasso, Rousseau, Modigliani. Infelizmente não levei minha máquina fotográfica… Mas passei a tarde lá, me deleitando. O diferencial deste museu/galeria é a maneira como as obras são dispostas, segundo a orientação de Barnes, que associam objetos de decoração ao tema dos quadros. Bem interessante. À noite juntei-me ao Fernando e fomos ao Museu de Arte, que hoje é livre. Aqui, nas escadarias do museu, foi filmada a cena emblemática do “ Rocky” e é mais uma atração; e várias pessoas “treinando”por lá também. O museu tem uma coleção bem variada de arte antiga e moderna e passamos mais algumas horas por lá. Voltamos caminhando, debaixo de uma chuvinha fina e mais frio, apreciando os modernos prédios de vidro …

11/12/2014

Fomos conhecer o City Hall, o prédio imponente da prefeitura. Como o dia estava nublado, acabamos não subindo a escadaria da torre. Logo ao lado, estava um prédio que lembrava uma igreja gótica ou um castelo medieval, que descobrimos ser um templo maçônico. Como estava aberto `a visitação, resolvemos entrar. Fizemos um tour guiado, exclusivo, hehehe, pois só estávamos nós e valeu a pena. Além de toda a história, dos membros ilustres como Ben Franklin e Thomas Jefferson, os templos são muito bonitos cada um com um motivo diferente e um grande auditório para cerimônias. Dali passamos no Reading Market, onde comemos algo e compramos queijo Amish, pois aqui também há uma comunidade deles e seus queijos são muito bons. Voltamos ao hotel, pegamos a Cherry e rumamos para Washington.