Hopewell Rocks, New Brunswick – Canadá

06/12/2014

Chovendo, cruzamos novamente a linda MacDonald Bridge, voltando um pouco até aprumarmos para Hopewell Cape, em New Brunswick. Estradas tranquilas, com pouco movimento. Nosso interesse é o Hopewell Rocks Ocean Tidal Exploration Park, um park na baía de Fundy, com formações rochosas que são expostas durante a maré baixa. E o impressionante é que a maré tem uma variação média de 12 m de altura (pode chegar a 16 m) e até 1 km de extensão! Ou seja, queremos andar no fundo do mar. No verão, é possível andar de caiaque na maré cheia. Claro, que agora, não há mais passeios, o parque está fechado, as escadas de acesso foram retiradas, mas tem um acesso para a praia e se pode caminhar na maré baixa. O que impressiona é que a maré aqui sobe 30 cm a cada 5 minutos, ie, em meia hora, pode subir 1,80 m! Então, é bom ficar atento ao tempo, pra não ser pego de surpresa, pois tem áreas onde os rochedos são muito altos e subir rápido pode ser complicado. Olhamos a tábua de marés ontem, e fomos direto pro parque, pois a maré estava começando a baixar e teríamos umas 5 horas de tranquilidade até baixar completamente e começar a subir. Chegamos lá, a maré estava mesmo começando a baixar e só se via parte das formações. Fizemos uma trilha por cima, seguindo o contorno da praia e já nos encantamos com o visual, mesmo com a chuva caindo. Mal conseguíamos esperar. Pra passar o tempo, fizemos um lanche no carro e ficamos esperando. Daí a pouco, fomos até a amurada e deu pra ver que já tinha uma faixa de praia barrenta. E lá fomos nós! Estar fora da temporada tem suas vantagens, pois tivemos o lugar só para nós. É indescritível, caminhar por ali, vendo as algas nas pedras, sabendo que em poucas horas estará novamente submerso e que é o fundo do mar!!! Sem contar a beleza das formações, esculpidas pela água e ainda, com algumas estalactites de gelo. De tirar o fôlego!!! Tem os “potes de flores”, a “caverna”, o “diamante” e várias outras. Quer ver mais, o “you tube” tem várias ilustrações: https://www.youtube.com/watch?v=hbU0c9798sY. Caminhamos umas 2 horas por lá, e ainda com a maré baixando, voltamos às passarelas lá em cima pra fazer novas fotos, agora com a maré baixa. Adoramos. Agora, ir para nosso B&B, onde fomos recebidos pela Wendy, que é ceramista e tem seu estúdio e loja ali. Nosso “ap” é bem bonito, tem vista pra baía, uma cama ótima e cozinha. Amanhã acho que sai um bife acebolado. Huuummm…

07/12/2014

Dia nublado, mas sem chuva ou neve, pegamos o carro para conhecer o Fundy National Park, indo por uma estrada costeando a baía. Um dos motivos desta ser a maré mais alta do mundo é justamente o formato e extensão da baía. Claro que o parque estava fechado e, mesmo assim, estacionamos e tentamos caminhar, mas a chuva de ontem e a queda da temperatura hoje, formaram uma camada de gelo fino, extremamente escorregadio. Assim, voltamos pro carro e seguimos pela estrada, parando para ver a linha da costa com seus rochedos avermelhados e a maré subindo, de águas vermelhas. Por volta de meio-dia, o sol saiu e a temperatura, que estava em torno de 1o C, foi caindo para – 4o C, que somado ao vento, dava uma sensação de congelamento iminente. Fomos voltando e paramos, novamente, no Hopewell Rocks, para fazer fotos com sol. Com a maré baixando, fomos caminhando, de novo, pelo fundo do mar. A dificuldade era aguentar o vento e o frio. Mesmo super agasalhados (meu casaco preto e a jaqueta vermelha do Fernando, estão e estarão em todas as fotos de inverno, hehehe), roupa térmica por baixo, 3 meias e luvas, estava difícil. As pontas dos meus dedos, mesmo com luvas (já tentei várias), pareciam estar congelados. O jeito era esconder a mão dentro do casaco e deixar as fotos pra depois. Com o sol baixando, voltamos pro carro. O que achávamos ser frescura e desnecessário, que é o aquecimento dos bancos da Cherry, tem feito a nossa alegria, hehehe. Rapidinho estávamos no nosso, B&B, The Artisans Suites, quentinho e, claro que rolou um arroz com bife acebolado e salada, pra lembrar de casa. Amanhã, dia de estrada novamente, voltando para os EUA e um pouco mais perto de casa. Nestes quase 4 meses, cruzamos o Canadá de norte a sul e de leste a oeste. Das 10 províncias, só não visitamos 2, e dos 3 territórios, conhecemos um. Apesar do frio dos últimos dias, adoramos o Canadá, com seu inúmeros lagos, sua imensa costa e seu povo, sempre amigável e hospitaleiro. Certamente, sentiremos saudades …

08/12/2014

O dia amanheceu ensolarado, o que aqui quer dizer, mais frio: -13º C. Não resistimos e demos mais uma passada no Hopewell. A maré estava baixa, expondo as rochas e o fundo do mar, agora nevado, hehehe. Pra lá de fantástico!!! Mas, com essa temperatura e o vento, que dá uma sensação térmica ainda mais baixa, demos a última olhada e voltamos pra estrada. Hoje cruzaremos a fronteira de volta aos EUA. Nossa permanência vence em 18/12/14 e estamos um pouco preocupados se teremos problemas na renovação. Já lemos relatos de outros viajantes que não tiveram a permanência renovada e tiveram que deixar os EUA em um prazo curto. Como ainda pretendemos ir pra costa oeste, gostaríamos de mais 6 meses. Na estrada, muita neve ao lado, mas as pistas estão limpas e em boas condições. Chegamos à fronteira em Saint Stephen, demos a saída no Canadá e a entrada nos EUA, sem qualquer problema. Foi até engraçado, pois o primeiro oficial que nos atendeu, era bem jovem e quando viu que éramos brasileiros, passou a falar bem devagar e nos encaminhou para a imigração. Mostramos os passaportes e o oficial perguntou para onde iríamos e dissemos que iríamos para o Texas, mas pretendíamos ir ainda para a costa oeste. Carimbou a permanência de 6 meses e nos desejou boa viagem. Seque foi necessária a inspeção do carro. Voltamos felizes para a estrada e seguimos mais um trecho, até Kennebunk, onde paramos no Lodge at Kennebunk, barato, mas bem espaçoso e muito limpo.