Québec, Québec – Canada

19/11/2014

Tudo coberto de neve, mas hoje tem sol, num céu azul. O que significa que está mais frio: -6o C. Hoje vamos para a Ville de Québec, a capital da província de Québec; é a única cidade murada entre o Canadá e os Estados Unidos e desde 1985 declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. O nome da cidade, bem como da província, vêm de uma palavra de origem algonquina, que significa passagem estreita. Isto porque a largura do rio São Lourenço, na região da cidade de Quebec é de apenas 800 metros. Em 1535, o explorador francês Jacques Cartier passou o inverno de 1535 na vila de Stadacona, uma aldeia iroquesa. É dessa aldeia que o nome Canadá tem sua origem: Kanada é uma palavra de origem iroquesa que significa vila. A cidade de Québec é das cidades mais antigas do Canadá, e também a mais antiga cidade francesa das Américas, tendo sido fundada em 3 de julho de 1608, pelo francês Samuel de Champlain. Ele denominou o novo acampamento de Québec. O pequeno acampamento foi atacado pelos ingleses em 1628, tendo sido capturado em 1629. Porém, através do Tratado de Saint-Germain-en-Laye, voltou a ser controlado pelos franceses. O acampamento de Québec tinha, então, cerca de 60 habitantes. Em 1659, o missionário François-Xavier de Montmorency-Laval desembarcou em Québec. Ele ajudou a transformar a pequena cidade no centro político e cultural da Nova França, fundando a Universidade Laval em 1663, e sendo nomeado bispo em 1674, o primeiro do Canadá. A cidade de Québec, então, possuía cerca de 600 habitantes. Em 1690, tropas inglesas tentaram mais uma vez capturar a cidade, então com cerca de 1,5 mil habitantes, mas a cidade conseguiu defender-se do ataque inglês. Em setembro de 1759, foi capturada por forças inglesas, na Batalha de Québec. À época, a cidade tinha aproximadamente 7,8 mil habitantes. Com o Tratado de Paris, em 1763, os territórios franceses no Canadá passavam definitivamente para controle inglês. Em 1775, no começo da Revolução Americana, a cidade de Québec foi atacada por forças americanas, lideradas pelo General Richard Montgomery. O ataque falhou, e o general americano foi morto em batalha. Com a criação do Alto Canadá e o Baixo Canadá, em 1791, a cidade de Quebec tornou-se a capital do Baixo Canadá. A partir do século XIX, Québec cresceu em importância como um centro portuário e político. Comerciantes e industriais aproveitavam-se das grande florestas localizadas próximas à cidade e o Rio São Lourenço, tornando a silvicultura uma fonte de renda muito importante ao longo do século XIX. Durante 1851 a 1855, e de 1859 a 1865, a cidade de Québec serviu como a capital da colônia inglesa do Canadá. Após a independência do país em 1867, a cidade de Québec tornou-se a capital da nova província de Québec (anteriormente Baixo Canadá). Com a construção do Canal de Lachine em Montreal, em 1825, e o aprofundamento do Rio São Lourenço, por volta de 1860, Montreal tornou-se um dos principais portos da América do Norte. Com isto, a importância da cidade de Québec como um centro portuário caiu bastante. Ao mesmo tempo, navios a vapor substuíam navios a vela, o que causou graves danos à indústria madereira da cidade de Québec. A industrialização da cidade continuou no começo do século XX, atraindo com isto imigrantes, especialmente franceses. Em 1911, a cidade possuía aproximadamente 80 mil habitantes. A Primeira Guerra Mundial e especialmente a Segunda Guerra Mundial ajudaram a aumentar bastante a população da cidade, com a criação de muitas fábricas de armamento e munição, e a geração de empregos na cidade. Na Segunda Guerra Mundial, o primeiro-ministro inglês Winston Churchill e o presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt fizeram dois encontros na cidade, em 1943 e 1944, para discutir os rumos da guerra. No término desta, a cidade tinha cerca de 155 mil habitantes, e 164 mil em 1951. Em 2000, o governo da província de Québec, então, liderada pelo Partido Quebequense, decidiu fundir a cidade de Québec com outras 12 cidades e comunidades na região em uma só. Com a fusão, concretizada em 2002, a nova cidade de Québec passou a ter quase 548 km² de área e aproximadamente 507 mil habitantes. A fusão, como em outras realizadas em outras cidades da província (Montreal, Gatineau e Saguenay, por exemplo), foi altamente questionada. Mas não houve referendo pela independência de antigas cidades absorvidas, como aconteceu em Montreal e Gatineau. O francês é a lingua oficial do Québec, como já havíamos percebido, hehehe. Chegamos já anoitecendo e com um trânsito pesado, pois pegamos umas estradas menores, que cortam um sem número de pequenos povoados da região das montanhas Laurentides. Nosso hotel é em um casarão antigo, dentro das muralhas da cidade e nossa anfitriã, Florence, muito simpática e prestativa. Estacionamos e fomos procurar um lugar para comer, com a temperatura em -4o C e com as ruas cobertas de gelo, pois como fez sol hoje a neve vai derretendo e forma gelo. Achamos um retaurante italiano aqui perto e comemos, eu, um belo risoto e o Fernando, pizza. Fomos até uma praça ali perto, mas estava muito frio e voltamos pro nosso hotel quentinho.

20/11/2014

A grande maioria das atrações de Quebec está localizada no centro histórico da cidade, na alta cidade ou na baixa cidade. Hoje fomos passear pela cidade alta: descendo pela rue Saint Louis, chegamos á Place D’Armes, onde está o Château Frontenac, mais um imenso hotel, construído pela Canadian Pacific Railway, em 1893, em um estilo que lembra os castelos franceses. É o hotel mais fotografado do mundo, foi palco de vários filmes e hospedou várias personalidades como a Rainha Elizabeth, Winston Churchill, Roosevelt, Grace Kelly, etc. Ao lado está o Musée du Fort, que conta a história da fundação da cidade. Tem também um calçadão com vista para a cidade baixa, o velho porto e o rio Saint Lawrence. Pegando o calçadão á direita, na verdade chama-se Terrace Dufferin, e subindo, chega-se á Citadelle e as muralhas que cercavam a antiga cidade. Primeiramente construídas no século 17, foram parcialmente destruídas pelos britânicos na Guerra Franco-Indígena. As muralhas atuais foram construídas entre 1820 e 1831. Hoje abriga a casa do governador do Québec, um museu, e é base para um regimento do Canada’s Royal, o 22 (Van doos), que ganhou condecorações nas várias guerras. Saindo de lá e fora das muralhas, está Morro do Parlamento (Colline Parlementaire), onde está localizada a Assembleia Legislativa de Quebec, em cuja fachada estão 22 estátuas de bronze de figuras históricas quebecois. A cidade de Quebec possui mais de 400 parques e jardins, sendo um dos mais imponentes da cidade, o Parc des Champs-de-Bataille ou Planície de Abraham, onde ocorreu a batalha entre franceses e ingleses pela posse do Québec, com estes últimos, ganhando – hoje é um grande tapete branco, hehehe. Entrando pela Port Saint Louis, seguimos até a Catedral Notre-Dame de Québec, destruída e reconstruída várias vezes, sendo a última em 1922; o destaque é o baldaquino do altar, dourado e bastante elaborado; Convento Ursuline, fundado em 1639 e é a mais antiga escola para meninas, do continente; e a Catedral Anglicana da Santíssima Trindade, a primeira catedral anglicana fora da Inglaterra, tendo sido fundada em 1804 e cuja torre do sino compete com a de Notre-Dame. Frio cortante, neve caindo, seguimos caminhando pelas ruelas e acabamos numa praça, onde havia um ringue de patinação e várias crianças se divertindo. Sol baixando, resolvemos voltar pra casa e sair do frio

21/11/2014

Sem neve caindo, temperaura de -7o C, mas com sol e sem vento, o que ajuda bastante. Fomos novamente até a Place D’Armes e pegamos uma escadaria que leva até a cidade baixa. Pode-se descer também por um bondinho e chega-se no mesmo lugar: na charmosa Rue Petit Champlain, a mais antiga rua de comércio das Américas, com suas vitrines enfeitadas para o Natal. Um destaque da cidade baixa são as paredes grafitadas de alguns prédios e viadutos. Muito legal. Seguimos pela Rue Saint Paul, passando pela Place Royale, palco de vários eventos na história de Québec e onde está a igreja de Notre-Dame des Victoires, que só abre aos domingos e passando pelo prédio cinza do Musée de la Civilization, com obras sobre a cultura humana e a civilização. Acabamos no Marché de Vieux Port, com suas lojas de comidas, especiarias e frutas e legumes. Aproveitamos para comer por lá, um prato típico local: poutine- batatas fritas com queijo e molho. Seguindo pela rue Saint Paul, chegamos à Gare du Palais, uma estação de trem e ônibus, construída em 1915 pela Canadian Pacific Railway, nos mesmos moldes do Chateau Frontenac. Saindo de lá, seguimos para o Quartier San Roch, um bairro que vem sendo revitalizado, passando sob uns viadutos com uns grafites lindos!!! Seguimos pela rue Saint Joseph, repleta de bares e galerias; e um vento gelado. Fomos voltando pelas vielas e resolvemos pegar a balsa que cruza o rio St Laurence até a cidade de Lévis; para fugir do frio e para ter uma visão de Québec City. A travessia leva 15 minutos e custa 3 dólares canadenses, por pessoa. Descemos em Lévis, mas teríamos que subir ou pegar um táxi até lá em cima. Assim, pegamos a balsa de volta apreciando a bonita vista da cidade e seu indefectível Chateau, com as montanhas á direita. Para voltar à cidade alta, pegamos uma rua que nos levou uma praça com canhões na muralha e onde está a Universidade Laval, criada como o Séminaire de Québec em 1663 e que tem hoje mais de 350 cursos e uns 50 mil estudantes em seus campi. O Vieux Séminaire abriga hoje o curso de Arquitetura. Acabamos batendo de volta na Place d’Arms e fomos conhecer o Chateau Frontenac, que como os demais construidos pela Pacific Railway, tem interior luxuoso, com muita madeira escura e dourado. Hora de retornar pra nosso hotel quentinho, aproveitando um chá quente ou um vinho …

22/11/2014

Sem neve caindo, sem sol e temperatura de -5o C, saímos hoje da cidade murada, parando para fotos do Hôtel du Parlament (Assmbléia Legislativa, mas não entramos) e indo pela avenida Grande-Allée, uma rua arborizada, primariamente comercial, e em obras, com muitas lojas e restaurantes. Passamos pelo Musée National des Beaux Arts du Québec, no Battlefields Park que tem uma grande coleção de arte Inuit e Quebecois. Mas, como já tínhamos visto algo parecido, não entramos. Fomos seguindo um trajeto para pedestres sugerido pelo guia e chegamos ao distrito de Saint Jean-Baptiste, com suas ladeiras e casinhas geminadas, típicas do Québec. Chegamos à rue St Jean, com suas lojas alternativas e vários restaurantes. Para amenizar o frio, entramos numa padaria e pedimos um combo: sanduiche, uma sopa quente, torta e chá. Hoje é sábado e vemos mais pessoas passeando pelas ruas, mesmo com todo o frio. A Ville de Québec, principalmente a cidade murada e cercanias, é muito charmosa, como se estivéssemos no interior da França, no século passado. No verão deve ser bem gostoso passear pelas ruazinhas e sentar em um de seus inúmeros botecos. Au revoir, Belle Québec!!!