Montreal, Quebec – Canada

12/11/2014

Chegamos a Montreal ontem á tarde, com flocos de neve caindo e frio de -2o C. Segunda cidade mais populosa do Canadá e também a mais francófona do mundo, é um dos centros culturais mais importantes do país, sediando vários eventos nacionais e internacionais. Entre eles estão o Juste pour Rire, um dos maiores festivais de comédia do mundo, o Festival de Jazz de Montréal, um dos maiores festivais de jazz do mundo, e o Grand Prix de Montréal. Com todos estes eventos, aliado ao seu centro antigo, “le Vieux-Montréal”, Montreal é considerada a cidade mais europeia da América do Norte. Possui uma das populações mais bem educadas do mundo, com a maior concentração de estudantes universitários per capita de toda a América do Norte. A cidade possui quatro universidades – duas delas francófonas e duas delas anglófonas – e 12 faculdades. É um centro da indústria de alta tecnologia – especialmente na área de medicina e na indústria aeroespacial. Montreal é atualmente uma das cidades mais seguras do continente americano, sendo que em 2005 foram cometidos apenas 35 homicídios em toda a cidade. Em 1639, o cobrador de impostos Jérôme Le Royer criou uma companhia, em Paris, com o objetivo de colonizar a atual Ilha de Montreal. Em 1641, a companhia enviou um grupo de missionários cristãos, cujo objetivo principal era “cristianizar” os nativos locais. Em 1642, o grupo missionário, composto por cerca de 50 pessoas, desembarcou na ilha e construiu um forte, estabelecendo a Vila Maria de Montreal (Ville Marie de Montréal). Ataques iroqueses assolaram continuamente o forte, esperando destruir a então rentável troca de peles que os franceses mantinham com os algonquinos e hurões, rivais dos iroqueses. Apesar destes ataques, Montreal prosperava como centro católico de troca e venda de peles, bem como uma base central para a exploração de outras regiões da Nova França (regiões da América do Norte fazendo parte do império francês). No início do século XVII, a pequena Ville-Marie passou a ser chamada de Montreal. Então, possuía uma população de aproximadamente 3,5 mil habitantes. Montreal foi invadida por forças inglesas em 1760, durante a Guerra Franco-Indígena (1754 a 1763), e passou definitivamente para controle britânico em 1763, no Tratado de Paris, dada a decisão francesa de manter a Ilha de Guadalupe, cedendo as colônias na América do Norte para o Reino Unido. Foi ocupada temporariamente pelos Estados Unidos durante a guerra da independência dos Estados Unidos em 1776. Benjamin Franklin e outros diplomatas americanos tentaram conseguir o apoio de canadenses francófonos à causa da independência das Treze Colônias contra os britânicos, sem sucesso. Em junho de 1776, com a chegada de tropas britânicas, os americanos recuaram.
No início do século XVIII, Montreal possuía aproximadamente nove mil habitantes, quando imigrantes vindos da Escócia começaram a se instalar na cidade. Embora constituindo apenas uma pequena percentagem da população da cidade, foram essenciais para a construção do Canal de Lachine, em 1825, que permitiu a navegação de grandes navios pelo rio Saint Lawrence, tornando a pequena Montreal, um dos principais centros portuários da América do Norte. Os pioneiros escoceses também criaram a primeira ponte conectando a ilha ao continente, o primeiro shopping center da cidade, ferrovias, e o Banco de Montreal, o primeiro banco do Canadá, e atualmente um dos maiores do país. Foi a capital da província colonial do Canadá entre 1844 e 1849, e centro de uma explosão econômica que atraiu muitos imigrantes de língua inglesa, como irlandeses, escoceses e ingleses. Isto tornou a cidade, por um curto período de tempo, primariamente anglófona, até a chegada de mais imigrantes franceses nas décadas de 1840 e 1850. Este crescimento acelerado fez de Montreal a maior cidade da América Inglesa, e indiscutivelmente a capital econômica e cultural do Canadá, causando um boom populacional: entre 1825 e 1850, a população da cidade cresceu de 16 mil habitantes para 50 mil habitantes. alcançou os 100 mil habitantes no fim da década de 1860, dos quais metade eram de origem francesa. A importância e a prosperidade econômica da cidade aumentou quando a primeira ferrovia transcontinental canadense, a Canadian Pacific Railway, foi construída, conectando Montreal com Vancouver, na Colúmbia Britânica, e outras cidades importantes no interior. Na virada do século, Montreal possuía uma população de aproximadamente 270 mil habitantes. Na Primeira Guerra Mundial, na qual o Canadá lutou do lado dos aliados (França, Reino Unido, e, posteriormente, os Estados Unidos), os habitantes anglófonos da cidade apoiaram o governo, com muitos deles oferecendo-se para lutar na guerra. Os habitantes francófonos, contudo, não tiveram o mesmo entusiasmo. Em 1917, com insuficiência de soldados, a voluntarização forçada de quaisquer pessoas elegíveis a lutar na guerra causou revoltas em Montreal, afastando a população anglófona e francófona uma da outra. Depois da Primeira Guerra Mundial, com a proibição de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos, Montreal tornou-se um paraíso para americanos em busca de bebidas alcoólicas. A cidade ganhou o infame apelido de Sin City (Cidade do Pecado), graças à venda de bebidas alcoólicas, jogo e prostituição. Apesar de duramente atingida pela Grande Depressão econômica na década de 1930, Montreal continuou a se desenvolver, com a construção de vários arranha-céus. Entre eles, o Sun Life Building, o mais alto arranha-céu da Commonwealth Britânica por um período de tempo. A Segunda Guerra Mundial e o alistamento forçado de pessoas trouxeram novamente problemas de cunho cultural entre anglófonos e francófonos. Desta vez, sem maiores consequências que a prisão de Camillien Houde, então prefeito da cidade, que incentivara os habitantes de Montreal a ignorar a causa do governo canadense na guerra, exortando ao não alistamento na mesma. Por volta de 1950, a cidade de Montreal alcançou seu primeiro milhão de habitantes. Jean Drapeau foi eleito prefeito da cidade em 1954, ficando no cargo até 1957, e, depois, de 1960 até 1986, iniciando grandes projectos como um sistema de metrô, uma cidade subterrânea, a expansão da baía portuária, a inauguração do canal hidroviário do Rio São Lourenço e a construção de modernos edifícios comerciais no centro financeiro da cidade. Montreal foi o centro do crescimento do nacionalismo quebequense, que havia começado nos anos 50, e crescido até o começo da década de 1970. Em 1967, Montreal foi sede da Expo 67, uma feira internacional que coincidiu com o centenário da independência canadense. A Expo 67 acabou por ser uma das maiores já realizadas da história, além de ter sido o palco de um famoso discurso do então presidente francês, Charles de Gaulle, no qual expressava o seu apoio aos nacionalistas quebequenses, causando turbulências nas relações franco-canadianas. Montreal organizou os Jogos Olímpicos de Verão de 1976, o que endividou profundamente a cidade (na ordem dos bilhões de dólares canadenses), devido a gastos não controlados e à corrupção. Não é só no Brasil, hehehe. A dívida continuou a ser paga até o início de 2006. Embora Montreal tenha planejado concorrer nas seletivas que determinariam a cidade que sediará os Jogos Olímpicos de 2016, muitos dos habitantes da cidade não querem que a cidade sedie outra Olimpíada, pois, aqui como lá, o complexo construído virou um elefante branco. Estamos num hotel no centro da cidade, que também possui ótimo transporte público. Caminhando, fomos descendo por Chinatown, passando pela Place D’Armes, tendo a Catedral de Notre-Dame, ao fundo, com seus vários vitrais, pilares esverdeados, teto de céu estrelado, além de um enorme sino; ao lado está o prédio do Bank of Montreal, fundado em 1817: O prédio vermelho do New York Life Building, de 1937 e o artr-deco Aldred Building. Seguindo pela rue Notre-Dame, chegamos á Place Jacques Cartier, no coração da velha Montreal, com seus vários bares, que devem fervilhar no verão. Como estava frio, nada de mesas na calçada. Também próximo estão a prefeitura ou Hotel de Ville, o Chateau Ramezay, antiga residencia do governador e o Marché Bonsecours, com seu domo prateado, que foi um mercado, mas atualmente abriga lojinhas de artesanato e arte. Andar pelas ruelas da Velha Montreal é como voltar ao passado, em uma cidade francesa. Muito legal!!!

13/11/2014

Novamente caminhando, pegamos a rue Saint Denis, com suas lojas e bares descolados, e fomos subindo até o Parc Mont Royal, passando pelo monumento George-Etiènne Cartier, e caminhando um pouco por ali. Mas, com o outono já instalado, restam poucas folhas nas árvores. Como não havia sol, resolvemos não subir até o mirante e fomos andando pelas ruazinhas com suas casas típicas e parecia que estávamos nos suburbios de Paris. A Universidade McGill, logo aos pés do Mont Royal, é uma das melhores do Canadá, com 300 cursos diferentes, 12 premios Nobel e vários alunos ilustres, como William Shatner, o Capitão Kirk, de Jornada nas Estrelas. No Mile End, um bairro antigo, agora habitado por modernos, as casas são pintadas em cores vivas, o que dá um ar mais alegre. Passando pela rua Saint Laurent, vimos vários restaurantes portugueses e resolvemos comer um frango com batatas em um deles e que estava muito bom. Seguimos batendo pernas por ali, observando as várias tribos locais e muita moçada. Pra esquentar, entramos numa das galerias, com suas passagens subterrâneas, que te levam de um lugar a outro, sem precisar sair no frio. Já que estávamos por ali, pegamos um cineminha pra fechar a noite.

14/11/2014

Hoje fomos acordados pelo alarme de incendio tocando, nos vestimos rapidamente e descemos as escadas até a rua, com um frio daqueles e uns flocos leves de neve, caindo. Depois de uns 40 minutos, descobiu-se que alguém tinha pendurado um cabide no sprinkler, que quebrou e começou a vazar água e acionou o alarme. Acionou o alarme, os bombeiros chegam rápido, 3-4 carros. Demos uma volta pela rue Sainte Catherine, com vários shoppings e lojas e fomos encontrar uma amiga lá de Passos, que vive aqui há mais de 15 anos, a Fátima. Ela, o marido Andre e a filha Isabella, nos receberam em sua casa, super bem e passamos uma tarde e noite muito agradáveis, com bom papo, bom vinho, boa comida e boa companhia. Eles também gostam de viajar e já moraram em vários lugares e conheceram outros tantos. Mal percebemos o tempo passar. Obrigado, amigos, pela noite maravilhosa.

15/11/2014

Pegamos a Cherry para irmos ao Olimpique Parc, construido para as Olimpíadas de 1976. O complexo é enorme, com um estádio para 80 mil pessoas, centro de convivencia, museu, cinemas, biblioteca, parques e a a maior torre inclinada do mundo, com 165 m de altura e 45o de inclinação ( atorre de Pisa é inclinada 5 graus). De lá seguimos para o Parc Jean Drapeau, onde estão a Île Sain-Helène, com a Biosfera e la Ronde, um parque com roda gigante; e a Île Notre-Dame, onde estão o casino e o circuito de fórmula 1, Gilles Villeneuve. Claro que a Cherry deu uma volta pela pista, mesmo que a 30km/h, para sentir o gostinho, hehehe. Na volta, passamos pelo Vieux Port, o antigo porto, agora com vários prédios de apartamentos sendo construídos e um calçadão legal. Acabamos indo a outro restaurante português, agora para comer um bom bacalhau, ora pois! A cidade tem um sem número de museus e galerias de arte,mas dessa vez não visitamos nenhum.