Juneau, Alaska, EUA

04/09/2014

Madrugamos, pois hoje pegamos a balsa para Juneau. Logo que chegamos em Haines, já programamos todo o nosso trajeto de balsa e compramos os bilhetes. A Alaska Marine Highway faz todo o trajeto entre as diversas cidades do sudeste do Alasca. Você pode descer e ficar alguns dias nas cidades, ou ir direto até Prince Rupert, no Canadá. Se quiser seguir de balsa até Vancouver, no Canadá, você muda para as balsas canadenses, BC Ferries. Passamos novamente no guichê e nos indicam qual fila entrar com o carro. Nossa balsa, Matanuska, logo encostou, desceram alguns carros e começaram o embarque, iniciando pelos ônibus e motorhomes grandes. Fomos dos últimos a embarcar. Subimos para o deck de observação e quem estava por lá? As crianças do African Chidren’s Choir. Mas, logo os monitores deram cadernos com exercícios e se comportaram assombrosamente bem. Estamos agora curtindo a paisagem chuvosa e aproveitando para ir atualizando as coisas. Esta travessia dura 4,5 horas e o ferry é bem confortável, com muito espaço e uma cafeteria. Como não estamos em mar aberto, a balsa não chacoalha, é bem tranquilo. Chegamos a Juneau á 1:15 PM, com tempo fechado. O terminal fica a uns 23 km do centro da cidade. Pra quem não está de carro é meio complicado. Achamos nosso hotel sem problemas, em meio a obras. A recepcionista disse que nosso quarto não estava pronto, assim deixamos o carro e fomos caminhando até o centro histórico. Apesar de ser a capital do Alaska, Juneau é bem menor que Anchorage e Fairbanks, com uma populção de uns 32 mil habitantes. Em 1880, bem antes do gold rush do Klondike, 2 caçadores de ouro, Joe Juneau e Dick Harris, ajudado pelo chefe Tinglit (povo nativo desta região), Kowee, encontraram ouro no Gold Creek, que seria uma das maiores jazidas de ouro em quartzo do mundo. Minas pipocaram na região, levando á extração de alguns milhões de dólares, em ouro. Os Tinglits tinham uma das sociedades mais sofisticadas do sudeste do Alasca e do mundo. Outro grupo nativo, com costumes similares são os Haida. William Paul Sr foi um dos primeiros Tinglits a ter diploma de faculdade e o primeiro a a ter assento no legislativo regional. Moveu uma ação contra o governo americano em 1930, por apropriação de terras indígenas, que levou á criação do Alaska Native Claims Settlement Act em 1971 e á formação da Goldbelt Inc, tocada pelos nativos, e que tem negócios de turismo que incluem um hotel e o teleférico. No centro está também o terminal marítimo para navios de cruzeiro, sempre cheio nessa época. Muitos bares, lojas, galerias e joalherias. Comemos num restaurante por ali mesmo e voltamos pro hotel.

05/09/2014

Voltamos ao centro e marcamos um passeio de barco pro Tracy Arm amanhã. Queríamos ir ao Glacier Bay, um parque rodeado de glaciares, onde se chega de avião e barco, mas está fechado desde 01/setembro. Sem chance …. Acabou a temporada. Hoje vamos ao Mendenhall Glacier, bem perto aqui da cidade. Paramos no Visitor Center, que tem uma exposição sobre os Tinglits e vimos um filme sobre o glaciar. Tempo fechado, mas sem chuva, fizemos uma trilha pela floresta, com alguns sinais da presença de ursos. Depois, pegamos a trilha da Nugget Falls, uma cachoeira que está ao lado do glaciar. Este glaciar não é acessível a pé e também tem muitas fissuras nesta parte. Então ficamos por lá só admirando as cores e formas do colosso, que está se retraindo a uma grande velocidade e conseguimos observar nas rochas, onde ele já esteve, alguns quilômetrosmá frente. Para chegarmos ao estacionamento, pegamos a Steep Creek Trail, onde pudemos observar vários salmões subindo o rio, alguns mortos, e também várias águias por perto. Na volta, passar num supermercado para refazer nossas provisões.

06/09/2014

Acordamos cedo e fomos caminhando, com chuva, até o porto, para pegar nosso barco para o Tracy Arm, um braço de mar longo e estreito que entra pela Coast Mountain Range, onde existem vários glaciares e também pode-se avistar baleias. Poderia também ser chamado de fiorde das cachoeiras, pois tem várias. O barco é pequeno e estamos em umas 15 pessoas, mais o capitão Steve Weber e o marujo Nicky. A chuva não está dando muita trégua, mas é assim mesmo nessa época. Então, se quisermos passear, tem que ser embaixo de chuva mesmo, pois só vai parar lá pra maio. Pegamos um pouco de turbulencia num certo trecho e capitão deu uma parada num porto, pra nos recuperarmos. Bom que a chuva deu uma trégua, assim pudemos sair um pouco. Pelo trajeto até o Sawyer Glacier, passamos por paredões de pedra, inúmeras cachoeiras, avistamos muitos pássaros e focas. Mas a atração principal é mesmo o glaciar. Como o barco é pequeno, pudemos chegar bem perto, passando em meio a vários icebergs flutuando. E várias focas deitadas sobre eles. Este glaciar tem um tom azul bem forte (talvez pela falta de sol) e vimos vários paredões despencando e até formando ondas. Era um tal de sair na chuva pra tirar foto, filmar e voltar correndo pra dentro, pra se aquecer. O capitão disse que esta foi a maior atividade do glaciar que ele viu este ano. Sorte nossa. O tempo estava bem ruim e fomos voltando, mas ainda vimos duas orcas nadando por ali. Mas logo sumiram e não conseguimos boas fotos. Chegamos com chuva e fomos a uma pizzaria pra jantar.

07/09/2014

Ainda chovendo, mas mesmo assim vamos ao Saint Therése Shrine, , um complexo que inclue a capela de pedra, via sacra, alojamento para retiro e mesmo algumas cabanas que podem ser alugadas. Tudo mantido pela diocese de Juneau. A capela é bem simples por dentro, mas num lugar muito bonito, em meio á floresta e rodeado pelo mar. Próximo á lojinha está o labirinto, feito de pedras num jardim e usado para meditação. Você vai caminhando por ele e meditando. Também por ali alguns pássaros, focas e águias, a bald eagle e a real eagle. O lugar transmite bastante paz e serenidade. De lá, fomos seguindo até o fim da estrada, apreciando a paisagem chuvosa. Paramos numa área e descemos por uma trilha até a praia e fomos caminhando. Tinha algumas famílias fazendo um piquenique numa das cabanas da praia, com crianças brincando, na chuva mesmo. Esta parece ser uma área mais frequentada pelos locais e não por turistas. Quando estávamos voltando, apareceu uma nesga de sol e resolvemos passar novamente pelo Mendenhall Glacier, para umas fotos com sol. E mais águias …

08/09/2014

Com o dia ensolarado, resolvemos ir, mais uma vez, ao Mendenhall Glacier. Na volta, passeamos pela cidade, passando pela igreja ortodoxa russa, fechada, o prédio do Capitólio, sede do legislativo local e o único que é quadrado e não tem um domo, fomos ao campus da Universidade do Alaska, com seus totens e esculturas e moçada. Por último, pegamos o teleférico e fomos ao alto do Mount Roberts, com uma linda vista da cidade e mar. Pra fechar o dia, fomos ao Red Dog Saloon, para nossa despedida de Juneau. Saúde!