Anchorage, Alaska, EUA

22/08/2014

decidimos voltar ao mirante, na Kalifornsky Road, para ver se a maré estava subindo e, quem sabe, avistar uma beluga. Ao chegarmos lá, a maré estava baixa novamente; portanto, nada de beluga por aqui. Mas, avistamos a águia real (golden eagle-Aquila chrysaetos), que acho, era a mesma de ontem. Só que agora, bem de perto, no chão, protegendo um filhote. Acredito que ele tenha caído do ninho e ela estava lá, vigilante, ao lado dele. Em geral, elas fazem o ninho em lugares altos, mais comumente em penhascos, para evitar predadores. Mas, acho que o ninho deveria estar em alguma árvore por perto e o filhote caiu, pois era muito novinho e não parecia bem. Estas águias, em geral, são marrom-escuro, com áreas mais claras no peito e “nuca”, põem 4 ovos e um a dois sobrevivem. É a espécie de águia mais espalhada pelo mundo, geralmente monogâmicas e mantém um território de até 200 km2. Devido á sua velocidade e força é uma das espécies mais usadas em falcoaria há séculos e também, míticamente reverenciada em algumas culturas ancestrais. Esperamos que o filhote sobreviva …. Voltamos á estrada, agora em direção á Anchorage. A neblina da manhã foi se dissipando e pudemos apreciar a paisagem magnífica do estuário do golfo do alaska, com as montanhas e seus glaciares dos lados e o mar á nossa esquerda. Como estava em nosso caminho, resolvemos conhecer Whittier, que faz parte da área de Prince William Sound, do lado de cá da baía, onde também está Valdez, lá do outro lado. Para se chegar á cidade, tem-se que passar por um túnel, escavado na montanha, por onde passa também o trem. Só dá pra passar um carro, então tem um esquema de horários: passam os carros indo pra cidade, depois os carros vindo da cidade, a cada meia hora, e, quando passa o trem, os carros esperam. Mas funciona super bem. A “cidade” é interessante: são 2 edifícios, que foram construídos e usados pelo exército americano durante e depois da WW II e que hoje abriga praticamente toda a população de 300 pessoas, que vivem da pesca, turismo, balsa, estrada de ferro e marina. E, claro, os vários cafés e bares que margeiam a pequena orla e marina, repleta de barcos. Daqui saem vários passeios e chegam barcos de cruzeiro, pois é um porto de águas profundas e que não congela no inverno, facilitando o acesso a Anchorage e ao interior do Alasca. Aproveitamos para tomar informações sobre a balsa, que faz parte da Maritime Alaska Hwy, um sistema de balsas que interliga algumas cidades do sul do Alasca e que não tem acesso por terra, como Juneau, a capital. É muito bonitinha, com a baía, montanhas e glaciares ao redor. Mas, toca seguir em frente pela Seward Hwy. Logo que entramos na área do Turnagain Arm (um braço de mar que avança, tendo as montanhas do Chugach State Park á nossa direita e após o mar, á esquerda, as ainda mais altas montanhas e glaciares do Cook Inlet), na milha 95, tem um mirante e, ao passarmos por ele, avistei um esguicho. Esguicho é igual, baleia, que aqui é igual á beluga! Demos a volta e paramos no mirante, mas não vi mais o esguicho. As baleias podem ficar até 45 minutos debaixo d’agua. Como a maré estava subindo resolvemos esperar, munidos de binóculos e cameras. Em menos de 10 minutos, vimos uma emergir, depois duas, depois quatro. Mas, diferente das jubartes, elas não saem muito acima da água. Então só conseguimos fotografar o dorso. Belugas são baleias brancas, com tamanho entre golfinhos e baleias, podendo medir até 5 m e pesar 1,6 toneladas, com adaptações anatômicas e fisiológicas para viver no Ártico, onde passam o inverno e migram para estuários (como o Turnagain Arm) no verão. Uma curiosidade: elas podem imitar a voz humana e vários outros sons, sendo chamadas de “canário do mar” . Resolvemos seguir, pois á frente tinha o Beluga Point, na milha 110, onde paramos. Mas, como a maré já estava alta e a passagem aqui é mais larga, não vimos mais nenhuma. Mas, já ganhamos o dia: vimos a águia real e as belugas. Uhuhuh!!! Chegamos á Anchorage e fomos pro nosso hotel, aguardar os amigos Porcos Espinhos, que chegam amanhã e descansar que os últimos dias foram puxados.

23/08/2014

hoje nossos amigos Porco- Espinhos chegam: Ana e Ivo, Luiz e Sílvia. Faltaram Agda e Siri, que não puderam vir. Estes são amigos-irmãos, muito queridos e ficarão alguns dias conosco. Acabamos nos desencontrando e fomos ao Farmer’s Market, ao lado do hotel; só no meio da tarde os achamos. Como sempre, muita alegria e risadas. Demos uma passeada pela cidade e paramos numa cervejaria para “bebemorarmos” nosso encontro e botar a conversa em dia. Amanhã seguimos para o Denali National Park. Anchorage é a maior cidade do Alasca e não nos empenhamos muito em conhecê-la, preferindo mais curtir os amigos ….