Golfito – Costa Rica

18/05/2014

Dia ensolarado, saimos cedo em direção á fronteira. Como era domingo, não havia muito movimento. Pasar pela fronteira é sempre meio confuso, pois nem sempre os locais estão sinalizados. Isto já começou no Brasil, onde a Aduana brasileira era numa entrada e a do Uruguai, do outro lado da cidade. A saída do Panamá foi rápida, e nos dirigimos para a imigração da Costa Rica, que também foi rápida. Mas, a aduana, para a entrada do carro … A cada fronteira que cruzamos temos que fazer a importação temporária do carro, mais um seguro contra terceiros, cópias dos documentos e vistoria do carro e bagagem. Em geral, leva de 1 a 2 horas para fazer todo o trâmite. É engraçado que todos perguntam sobre a copa do mundo, se o Brasil vai ganhar, se está tudo pronto. Devidamente liberados, entramos na verde e ensolarada Costa Rica. Montanhas e verde por todo lado e, ás vezes, o mar á esquerda. Estrada boa, fomos parados algumas vezes por policiais, que também perguntam sobre a copa do mundo, hehehe. seguimos para Golfito, que como o nome diz é uma cidade no golfo de, que foi um porto importante, mas perdeu espaço e hoje é uma pacata cidade de pescadores. Como não conseguimos marcar as coordenadas da pousada no GPS, fomos seguindo e perguntando, passamos por Golfito, até que chegamos numa ruazinha que dava na praia, sem qualquer indicação de onde era a pousada. Por sorte, havia um senhor e perguntamos onde era a pousada Kakau Jungle e ele nos indicou seguir pela praia e perguntar no bar. Foi o que fizemos e o Luis, do bar, nos disse que a pousade era no alto do morro,uns 20 minutos caminhando. Resolvemos almoçar antes de subir e enquanto almoçávamos, apareceram o Bart e o Denis Flaco (pois há outro Denis), os proprietários da pousada. Resolvemos separar umas roupas numa mochila pequena pois ficaremos por dois dias e carregar mala morro acima não ia ser fácil. Devidamente alimentados, fomos seguindo o Bart. A trilha é no meio da mata, sempre subindo, passando por leito seco de rio, mangues e com um calor amazônico de 30 graus e umidade de 90%. Se no começo era dificil pelo calor e umidade, os últimos 30 metros foram de matar, pois era íngreme pra caramba. Mas, conseguimos chegar e o Bart já nos esperava com um suco de araçá geladinho. Tomamos o suco e subimos mais alguns metros até nossa cabana. Sabe casa da árvore? Era assim nossa cabana, no meio da selva, com os vãos da janela abertos e um segundo andar no topo das árvores. Até tinha luz elétrica, graças a uns painéis solares que os rapazes instalaram. São 4 cabanas, no meio da floresta, cercada de verde e o silencio só é quebrado pelo canto dos muitos pássaros e o ronco dos bugios. Descansamos um pouco, tomamos um banho (o banheiro é coletivo – mas só estávamos nós, e chuveiro de água fria). Descemos para a casa do Denis, que também é a cozinha e restaurante. Denis é o chef e preparou uma revigorante sopa de abóbora com especiarias e côco fresco ralado. Conversamos um pouco e fomos pra nossa cabana, com uma ajuda da lanterna que os rapazes nos emprestaram, pois estava um breu. Mas o céu coalhado de estrelas!!! É legal dormir com tudo aberto, ouvindo os barulhos da floresta e como estes são diferentes dos barulhos do dia. Acordamos no meio da noite, com a claridade da lua cheia no céu.

19/05/2014

E acordamos de vez, ás 5 horas da manhã com o ronco dos bugios, que aqui são chamados de congos. Parecia que estavam em todos os lados. Mas não conseguimos ver nenhum. A zoeira durou uns 40 minutos. Enrolamos um pouco mais na cama e fomos tomar nosso café da manhã. Denis é muito bom chefe e fez umas panquecas holandesas muito boas. Aliás, parece que há uma pequena colonia holandesa no vilarejo. Nosso carro ficou no quintal do outro Denis, na praia. Depois do café da manhã, resolvemos descer para a praia. Levamos uma meia hora, pois descemos calmamente, observando as árvores, pássaros e vimos também um parente do guaxinim. A água tem aquela cor verde azulada do Pacífico, e como estamos numa enseada, é muito calma. Mas a praia é de pedras e areia escura. Caminhamos um pouco e, novamente, sentamos no bar do Luis, apreciando a vista e papeando. Comemos um pargo muito bom e, como o tempo começou a virar, formando nuvens pesadas, resolvemos subir nosso morro. Foi o tempo de chegarmos e caiu uma baita tempestade de verão, que durou boa parte da tarde. E com os trovões, os bugios voltaram a roncar. Acho que pensavam que era algum outro animal desafiando-os, hehehe. Ficamos vendo a tempestade de nossa varanda e ouvindo os sons . Nosso jantar de hoje foi um cozido de carne com especiarias, arroz e legumes, seguido por um “jungle coffee” (café com amarula). Nos despedimos dos rapazes, pois amanhã sairemos cedinho.