Semuc Champei – Guatemala

11/07/15

Com tempo fechado, pegamos a estrada de terra da nossa pousada, passando por cafezais e milharais, rumo a Lanquin, onde estão algumas cavernas e um rio de águas esverdeadas (se não chover muito) e com várias plataformas onde se formam piscinas. São menos de 200km, mas tem vários trechos de rípio, muitas curvas e muitos buracos. A estrada em si já é uma aventura! Vários “pueblitos” pelo caminho e muitas pessoas andando ao lado da estrada. Por aqui não há transporte público e vemos muitas vans lotadas, carrocerias de caminhonetes e caminhões ou qualquer coisa que rode serve de transporte. E tácale pau!!! Tem trechos onde só passa um carro e aí, alguém tem que dar ré. Mas a paisagem é de muito verde e o sol está aparecendo. Nossa pousada fica ao lado de Semuc Champei, o rio de águas verdes claras e só perguntando conseguimos chegar. O estacionamento é no alto e descemos com a bagagem, ajudados por eles. São vários chalés, bem rústicos e com luz só das 6 às 10 hs da noite. Mas tudo limpo e bem cuidado, com um riacho passando sob a nossa varanda. Golan, o dono, é israelense e já rodou pelo mundo, inclusive, Brasil. Ele também é o chef e aproveitamos pra almoçar enquanto nosso quarto ficava pronto. Homus com pão pita, muito saboroso. Muita moçada no restaurante, vários israelitas. As crianças do povoado até nos saudaram com um “Shalom”, hehehe. Demos um pulo até Champei, mas já eram 3:30 hs e o local fecha às 4hs, então nos aconselharam deixar pra amanhã. E torcer pra não chover hoje à noite pois assim a água deve estar bem límpida. O sono é embalado pelo barulho do riacho que crre à nossa porta.

12/07/15

Semuc Champey é um monumento natural, no povoado de Lanquin, no estado de Alta Verapaz, Guatemala. Aqui vivem os descendentes dos Mayas e a língua falada é o Q’eqchi’ e poucos falam o espanhol. Percebemos isso ao tentar pedir informações, hehehe. Paga-se Q50/pessoa (U$7) a entrada e o parque consiste de uma trilha escorregadia, morro acima, uns 45 minutos, que nos leva até um mirante de onde se avista o rio Cahabon e suas várias poças azuis, em meio à densa floresta. Na descida o cuidado deve ser maior, mas descemos por outro caminho e chegamos primeiro à ponte natural, de onde se vê o sumidouro, por onde boa parte do rio escoa pra dentro da terra e reaparece mais à frente; e às poças, piscinas de águas azuis, em degrau, e de várias profundidades. Aqui, muitas pessoas se divertindo, moçada dando saltos, crianças brincando. Ficamos um pouco por ali e seguimos margeando o rio e, mais abaixo, uma galera praticando “bóia cross”: sem qualquer equipamento a não ser a bóia, e orientados por um guia, se jogam na corredeira e descem rio abaixo. Nada como ter 20 anos! Seguimos, passando pelo povoado de Lanquin, no meio de um mercado que quase fecha a rua e chegamos às grutas de Lanquin, um dos primeiros sítios protegidos da Guatemala, onde alguns dizem que nasce o rio Lanquin. O ingresso é Q30/pessoa (U$4). A parte aberta ao público tem 5 salões, com diversas formações de estalactites, estalagmites, colunas, cortinas, drapeados. O interior é bem úmido, o chão escorregadio e a iluminação bem pouca. Também é um lugar sagrado dos Mayas, conhecida como o “coração do céu” e que aí se esconde o segredo dos séculos. Quando chegamos erámos os únicos turistas e pudemos fazer a visita com toda calma, até a última sala, onde está a “Torre” e que não tinha iluminação. Por sorte, tínhamos uma lanterna. O percurso todo leva mais ou menos uma hora e meia. De volta à nossa sacolejante estrada, cruzando com os “shuttles”, caminhetas que levam locais e turistas aboletados na carroceria de Lanquin até os parques. Adrenalina pura. Ah, e vimos também uns tuktuk, levando uns 6 gringos aboletados. Para se chegar a Semuc Champey e a nosso hotel temos que cruzar uma ponte suspensa, com estrutura de metal e piso de toras de madeira. O detalhe é que quando a madeira apodrece, eles simplesmente empilham outra por cima, mais ou menos, e sempre tem algum moleque pra te “orientar” na travessia, cobrando Q1. Aliás, a criançada daqui é safa: quer tirar foto do menino pulando no rio?Q1! Quer informação? Q1! Isto eles sabem falar em espanhol,hehehe! Um quetzal! Almojantamos no nosso hotelzinho e aproveitamos o fim de tarde para descansar. Amanhã, pegar esta estrada novamente, em direção à cidade da Guatemala. São pouco mais de 200km, mas a previsão é de umas 6 horas….

Vejam as fotos: