Puerto Rio Tranquilo – Chile

22/11/15

mais um longo trecho de estrada de rípio, rumo a Puerto Rio Tranquilo, às margens do lago General Carrera (que do lado argentino chama-se lago Buenos Aires). É o segundo maior lago da América do Sul, atrás apenas do Titicaca, e é alimentado por vários rios e água de degelo dos vários glaciares no entorno. Depois de vários dias de chuva, finalmente o sol apareceu, o que torna a paisagem ainda mais bonita. A cor do lago é surpreendente, vai de um azul esverdeado a um azul profundo. Mas, o que nos trouxe aqui, foram as cavernas, capela e catedral de mármore, formações que não existem em nenhum, outro lugar do planeta. Nos hospedamos na Hostería Costanera, da Sra. Irma, com uma vista linda, bem de frente para o lago. Ali estão várias operadoras que fazem o passeio para as Cavernas de Mármore, em barcos para até dez pessoas. Nos juntamos a um grupo de mais 4 e dividimos o custo do barco que é de uns US$60. O cais fica uns 500 m pra frente, leva-se uma meia navegando pelo lago até chegar-se às primeiras formações, as cavernas. Em barcos pequenos, pode-se entrar em algumas e apreciar os tons azul-acinzentados e creme, bem como o capricho das formas. Tem uma rocha que lembra a cabeça de um cão, de perfil. Depois segue-se para a Catedral, arredondada, mas com a base esculpida pela água e vento, formas únicas. E também a Capela, menor, mas não menos interessante. A incidência da luz no lago cristalino e o reflexo no mármore, cria uma sensação de sonho, que nem as fotos conseguem captar. Muito lindo. Na volta, passamos em outra operadora para vermos o passeio para a laguna e o enorme glaciar San Rafael. Além de ser caro (US$200/pessoa), leva-se muito tempo pra chegar lá e não se pode andar no glaciar. Como já estivemos perto de vários glaciares, nesta e em outras viagens, resolvemos fazer a caminhada no glaciar Exploradores, a 52 km daqui. Custa US$70/pessoa e inclui a entrada, polainas, grampões e o guía. Transporte, água e comida, por nossa conta.

23/11/15

fomos de carro até o refúgio onde encontramos a Nicole, nossa guía, e a Claudia e o Cristian (também conhecido como Jesus, hehehe), chilenos, viajando há 3 anos pelas Américas a bordo da Dora. Depois das orientações, como usar os grampões, iniciamos a nossa caminhada. O primeiro trecho é tranquilo, até o mirador, de onde se tem uma boa visão do glaciar e parte do cerro San Valentin, que desafia montanhistas do mundo todo. Depois é pedreira, mesmo: não há uma trilha, vamos descendo por pedras, liderados pela Nicole, que vai escolhendo o caminho menos difícil. Uma hora depois, chegamos ao campo de gelo “sujo”: área onde o gelo do glaciar está misturado com pedras de todos os tamanhos e onde, um passo em falso pode ser fatal. Também aqui estão as lagoas pró glaciar, pequenas lagoas formadas pelo degelo e, que em alguns anos irão se juntar, formando um grande lago. Finalmente, o momento de colocar os grampões e caminhar pelo glaciar. Muuito legal, ainda mais com o tempo aberto e o sol refletindo nas fendas. Com o equipamento certo, tudo fica mais fácil. Passamos por cavernas, fendas, cachoeiras, água corrente. Todos aproveitamos para encher as garrafas com a água pura de milhões de anos. O San Valentin até se mostrou quase por completo, o que, segundo dizem é muito raro. Em uma área, a Nicole até nos ensinou como escalar uma parede de gelo, usando os grampões e o machete. Muito legal, mas tem que confiar muito no equipamento. Nicole tem só 23 anos, mas quer ser montanhista, e trabalha duro pra isto. Fica sozinha no refúgio por 4 meses, levando turistas para caminhada, tem curso de socorrista e trabalha como tal em estações de esqui no inverno. Muito tranquila e competente. Sucesso garantido! A caminhada é muito legal, melhor ainda com os companheiros que tivemos. Como anoitece tarde, ainda pudemos fazer várias fotos dos lagos e nevados pelo caminho de volta. E, pra fechar a noite, cervejinha e muita risada com a Claudia e o Cristian. Muito bom conhecê-los e trocar experiências.

24/11/15

fomos conhecer um pouco mais do lago General Carrera, percorrendo suas margens, comum visual incrível de águas azuladas, cercado pelos picos nevados. Paramos numa baíazinha, onde se pode alugar caiaques e também fazer os passeios para as Cuevas e Capillas de Mármol. E resolvemos fazer o passeio novamente, pois agora a incidência da luz era diferente e na companhia de umas senhoras de uns 70 anos, super simpáticas e animadas, que sempre viajam juntas. Valeu a pena repetir a dose, pois fomos por outro “caminho” e o sol estava mais alto, no leste, o que realçava ainda mais as cores e formas fabulosas das rochas.

Vejam as fotos: