Big Island, Havaí – EUA

07/05/15

chegamos no aeroporto de Kona, na costa leste e mesmo sendo cedo, conseguimos fazer o check-in no nosso bangalô, num lugar muito bem cuidado, com muito verde, flores e fontes, na baía de Keauhou. Deixamos nossas coisas e fomos em direção a Hapuna Beach, e já de cara, Fê topou com uma bela tartaruga na água, nadando ao lado. Ficamos um tempo e seguimos para o Kekaha Kai State Park, um deserto de lava preta, onde dá pra se ter uma idéia da força destruidora da lava. Ainda bem que estávamos com um 4×4, pois a estrada é bem ruim. E achamos ainda umas prainhas, no meio da lava e desertas. Nosso dia rendeu e ainda, um belo pôr-do-sol na estrada, com uma parada na orla de Kona

08/05/15

antes da praia, passamos pelo Pu’uhonua o Honaunau National Historic Park, com uma “vila” nos moldes dos antigos nativos e também um lugar onde pessoas comuns podiam procurar santuário, ie, refúgio e escapar da morte. Mas, não era uma tarefa fácil, visto o lugar ser sempre vigiado. Uma vez lá dentro, os sacerdotes realizavam rituais de absolvição para aplacar os deuses e a pessoa podia voltar pra casa e recomeçar a vida. Com a maré baixando, formam-se piscinas nas rochas de lava e peixes e até uma tartaruga ficam presos. . Logo ao lado, tem a Two-Step Beach, que não tem praia, mas é um ótimo local para mergulho e snorkel. Mas o mar estva meio bravo e seguimos pra Kealakekua Bay, também sem areia, mas dá pra ficar na lava. Aqui é ótimo para snorkel e mergulho, com as pessoas saindo da “praia” mesmo, mais tranquilo, mas bem cheio. Arranjei um espaço e o Fê foi “snorkelar” e fiquei passeando pelas piscinas. E numa delas tinha uma tartaruga jovem, que ficou presa, mas feliz, pois tinha muita comida. Mesmo quando a onda subia, que ela podia sair, ela nem quis saber. E também, um bando de golfinhos que ficou nadando entre os mergulhadores, pra lá e pra cá. E o Fê ainda nadou com outra tartaruga. Ainda fomos a outra praia, onde a galera se divertia com os body board, fazendo manobras numas ondas bem grandes.

09/05/15

hoje vamos para o Hawai’i Volcanoes National Park e, para nossa sorte, nas últimas semanas tem acontecido de as paredes da cratera Halema’u’mau do Kilauea estarem caindo, o que provoca a subida da lava, que pode ser vista do mirante do Jaggar Museum. Desde 1983, a outra cratera, Pu’u’O’o, vem lançando lava que escorre ao mar, e acrescentando quase 500 acres de “terra” nova à ilha. Infelizmente, este fluxo que já foi visível `a pé e por barco, não está ocorrendo atualmente. Para saber onde a lava está visível, é bom sempre visitar o site do parque, que eles atualizam diariamente. Pegamos a 11, e fomos parando. Vimos até um genuíno Long horn! Pegamos uma estrada bem “dirty” para chegar a Green Sand Beach,uma praia de areias verdes. Só dá pra ir de 4×4 e assim mesmo com muito cuidado pois as pontas afiadas da lva podem facilmente rasgar o pneu. Uma meia hora para se rodar os 5 km e chega-se ao topo de Green Sands: a lava que escorreu do Mauna Loa pelo cone Pu’u Mahana era rica em cristais de olivina, um mineral rico em ferro e magnésio e de coloração esverdeada. A olivina é um mineral denso, dificilmente carregado pelo vento, e à medida que eram erodidos pelo mar, os cristais foram se quebrando em partículas menores, que geraram a areia que hoje está lá. É uma baía, bem bonitinha e tem-se que descer o morro pra chegar lá. Mas com o vento frio, faltou coragem pra entrar. Na volta, passamos no South Point, um rochedo que é o ponto mais ao sul dos EUA e de onde é proibido pular, mas que todo mundo pula. Tinha até fila, hehehe. Mas e pra sair do mar? Bem, tem uma escada, tipo aquelas de incêndio, presa ao rochedo, por onde as pessoas sobem. Logo adiante está a Black Sand beach, com areias negras da lava. E aqui, várias tartarugas descansando na praia, com um cordão de isolamento para não serem perturbadas. Já quase final da tarde, chegamos ao Hawaii Volcanoes NP, onde estão os dois vulcões ativos do Havaí: Mauna Loa e Kilauea, ambos “shield volcanoes”, ie, não tem os gases explosivos como outros vulcões; na amioria das vezes, a lava escorre pelas encostas até atingir o mar, formando arcos incandescentes. O Kilauea está em atividade desde 1983 e a lava tá sempre mudando de lugar. Até recentemente estava escorrendo pro mar, sendo visível da estrada ou de barco, Já parou. Atualmente, as paredes da cratera de Halema’u’mau (pois ele tem mais de uma cratera) está desabando, e quando cai no lago de lava espirra e é visível do mirante do Jaggar Museum. Logo que estacionamos, peguei a câmera e corri para o mirante e lá estav o espetáculo. Eu me apaixonei pelo Kilauea. É muito emocionante e poderosa a força do bicho. E aí, percebi que o Fê estava demorando. Virei-me e lá vem ele com cara de quem aprontou: trancou a chave dentro do carro e, claro, não temos reserva pois é alugado. Entramos no museu e explicamos o acontecido para a funcionária e ela nos tranquilizou. Ligou para o guarda-parque e pediu que esperássemos perto do carro; daí a pouco, chegaram dois rangers com um kit e um formulário, dizendo que tentariam nos ajudar mas que não poderiam ser responsabilizados por qualquer dano. Mas, também nos disseram que já tinham feito isso centenas de vezes. Assinamos e eles se puseram a trabalhar e em uns 15 minutos, abriram a porta, sem qualquer dano. Agradecemos e fomos ver o Kilauea. Mas, tínhamos que chegar em nosso hotel e fomos embora. E a Sue e o Mike, os donos do local, ainda nos disseram que estava tendo um festival de música em Pahoa e lá fomos nós. A cidade é completamente alternativa e parecia que eu tinha voltado aos anos 70: hippies sessentões, moçada tatuada, vários sons tocando ao mesmo tempo e fumaça característica no ar. Galera bem louca, mas da paz. Aproveitamos pra comer, até carambola tinha, e voltamos ao Kilaue, pois o espetáculo noturno é ainda mais bonito.

10/05/15

amanheceu chovendo, mas mesmo assim voltamos ao Hawai’i Volcanoes NP. Mas, pela chuva e neblina, não dava pra ver muito a lava da cratera Halema’u’mau. Assim, decidimos fazer a Chain of Crater Road, uma estrada de uns 30 km que desce a encosta sul do Kilauea até o mar e que tem mirantes para várias crateras de vulcão. Esta estrada conectava duas outras, até que um fluxo de lava obstruiu 15 km da estrada, impedindo a conexão. Pelo caminho, vários mirantes com vistas do mar, crateras e encostas cobertas de lava, das várias erupções ocorridas desde tempos imemoriais até a de 2008 e que continua até hoje. E é muuuuita lava, pra qualquer lado que se olhe. Mas antes, passamos pelo Lava Tube, um tubo de lava de 500 anos, por onde se pode caminhar, em meio a floresta tropical. Com a chuva sem dar trégua e a neblina, perde-se muito da vista panorâmica; mas, é o que temos, afinal esta é uma área de floresta tropical (rainforest), o que significa, muita chuva. Fomos até o fim da estrada, que termina próximo ao mar e de onde se pode avistar o Holei Sea Arch, um arco de lava no fim do penhasco, que vem sendo continuamente esculpido pelas ondas e que, eventualmente, irá colapsar. A estrada continua numa trilha de cascalho, fechada por uma cancela, que é mantida para ser usada em caso de emergência. Seguimos por ela um pouco, à pé, apreciando os campos de lava e a insistência das árvores em brotarem, mesmo numa área tão inóspita. Depois de nos encharcarmos, fomos voltando e paramos nos Petroglifos de Pu’u Loa , onde os antigos povos havaianos desenharam mais de 23.000 figuras na lava. E também vários buracos onde eram colocados cordões umbilicais, com o intuito de garantir saúde e longevidade à criança. Tinha várias trilhas para se fazer caminhando, mas a chuva nos desanimou. Ainda passamos mais uma vez no mirante do Jaggar Museum, para tentar ver o vermelho da lava explodindo, mas a chuva não ajudou. Resolvemos tirar o resto da tarde para descansar e quem sabe a noite a chuva pare e consigamos ver a lava. A chuva deu uma melhorada e lá fomos nós, ver o espetáculo noturno do Kilauea.

11/05/15

nosso destino hoje é Hilo, com algumas paradas pelo caminho. A primeira foi no Volcanoes NP, com tempo meio fechado, mas pouca fumaça. Mas, deu pra ver a lava, e percebemos que estava mais discreta, e boa parte da parede da cratera, desapareceu. Fizemos uma trilha próximo ao Centro de Visitantes, para ver os Sulphur Banks, áreas por onde saem gases de enxofre e que deixam uma coloração amarelada na rocha; e os Steam Vents, pequenas crateras por onde sai vapor que vem do fundo da terra. Mas legal mesmo, foi a Kilauea Iki Trail, uma trilha de uns 6km, que desce em meio a floresta tropical, precendo cenário de filme, até a cratera, cruzando-a por um lago de lava endurecida desde a última erupção em 1959, mas que tem uns “vents” (pequenas crateras) ainda soltando vapor. Aí, você pensa: “E se esse bicho resolver acordar logo agora?” Dá um friozinho na barriga. Felizmente, ele continuou dormindo, hehehe. Esta trilha era interligada com outra que contornava a caldeira do Kilauea, mas devido à atividade dos últimos tempos e riscos consequentes, está fechada. Voltamos à Chain of Craters Road, com o tempo um pouco melhor hoje, e fizemos a Hilina Pali Road, que passa por campos de lava, aqui avermelhados, chegando a um penhasco na beira do mar, de onde se pode seguir à pé.

12/05/15

– fomos pro sul, passando pelas Akaka e Kahuna Falls, um conjunto de cachoeiras no rio Kolekole, que vai desaguar no mar. para conhecer Kalapana, uma cidade que foi devastada na erupção de 1990. A estrada 137 foi completamente bloqueada, 100 casas destruídas e a paria de Kaimu, desapareceu. Pode-se contratar guia local para levá-lo a explorar a àrea, o que é recomendado pois a lava pode ser traiçoeira e eles conhecem os lugares. O preço é meio salgado, uns 100 dólares por pessoa. Fomos pelo acesso público, com vários coqueirinhos plantados e cercados por lava, até o mar, onde tem um mirante. Também algumas áreas para rituais dos nativos. Na volta, paramos no Mackenzie Park, que também tem uns tubos de lava mas é pouco frequentado pois tem um passado de crimes violentos; no Isaac Hale que tem uma marina pequena e, escondido, um laguinho de águas quentes; Ahalanui Thermal Spring Park, que tem uma piscina grande de água morna, junto ao mar. E depois de muito procurar, estacionar o carro e passar por dentro de um condomínio, chegamos a Kapoho, um conjunto de piscinas que se forma com a maré e é bom pra snorkel. Fie até tirou um cochilo, deitado na lava, hehehe. Outro programa imperdível é ver o pôr-do-sol do alto do vulcão Mauna Kea, o mais alto dos mares. É também um dos lugares mais sagrados na cultura havaiana, em conflito com a comunidade de astrônomos que construiu a maior coleção de telescópios no local. Aliás, quando chegamos ao Visitor Center, havia uma manifestação, justamente contra a colocação de mais um super telescópio no local. Um rapaz nos explicou que o Mauna Kea é sagrado para os havaianos, tanto acima como no interior e que também é um portal para outros mundos. E os telescópios quebram o balanço. Também conhecemos a Marina, Cyro e Gabriela, de SP, e demos uma carona até o topo, para vermos o sol se pôr. E, como sempre, fomos recompensados com um espetáculo sem igual.

13/05/15

nosso último dia no Havaí, pegamos a Pepe’ekeo Scenic Drive, que vai em meio a floresta e fomos visitar o maravilhoso Hawaii Tropical Botanical Garden, com uma variedade enorme de heliconias e orquídeas, em meio à floresta tropical e que termina com uma vista da Onomea Bay. Nunca tinha visto tantas flores diferentes, da Malásia, Filipinas e outros lugares da Ásia. Na volta, passamos pelo Wailoa Park, onde está a estátua de Kamehameha, que unificou as ilhas e as Rainbow Falls, que pelo horário e pouco sol, não tinha arco-íris. Com mais tempo, ainda teria, pelo menos, mais duas ilhas pra visitar, Lanai e Molokai. E nas demais, muito mais pra se ver e fazer. Bem fez a Lucia Malla, que mora lá há mais de 10 anos e vai descobrindo aos poucos. Aloha e mahalo!!!

Vejam as fotos: