Marble Canyon, Arizona – USA

10/03/2015

acordamos cedo, nos despedimos de “nossa” casinha e pegamos a estrada para Marble Canyon, agora no Arizona. Mas, antes, passamos pelo Natural Bridges National Monuments, uma área com várias pontes de pedra escavadas pela natureza. Qual a diferença entre uma ponte e um arco? Quando se olha ao longe é difícil distinguir um do outro. As pontes são formadas pela ação erosiva de água corrente, eg, um rio. Os arcos, por outras forças erosivas, principalmente a ação do degelo e chuva, que também atuam sobre as pontes, alargando-as. Vimos 3 pontes, a primeira, Sipapu é uma ponte “madura”, a maior e mais larga das 3; como sua base está acima do riacho, ela sofre pouca ação do mesmo. A segunda é Kachina, uma ponte jovem, robusta, mas que sofre a ação das águas do White Canyon. E a última, Owachomo, a mais antiga e já bem delgada, não sofre mais a ação dos riachos, mas do degelo e enchentes, sim; ela pode se partir a qualquer momento, ou, pode durar séculos. Como a trilha até ela era curta, descemos até lá. Muito linda. Tem uma trilha que conecta estas e outras pontes no local, pelo fundo do canion, mas, como ainda temos estrada pela frente, não deu. Para nossa alegria, uma das estradas que pegamos, a 163, era de terra e em caracol (lembramos de El Caracoles, no Chile), com um visual de arrepiar. Nos sentimos voltando no tempo e entrando num filme de John Wayne ou viajando com Telma e Louise. Até olhamos pra ver se os Navajos não viriam galopando ao nosso encontro! Seguimos pela parte baixa, já avistando os penhascos vermelhos do Vermillion Cliffs. Nossa cabana é no Marble Canyon, ao lado do rio Colorado, depois da Navajo Bridge. E, é operado por Navajos! Legal, né? Só que com trajes ocidentais mesmo. No local tem um armazém, um restaurante, um posto de gasolina, um motel e as cabanas. Sim, Johnny, estamos no Old and Wild West! E um céu noturno coalhado de estrelas. Detalhe: enquanto descarregávamos nossas coisas, eu fechei a porta da cabana pelo lado de fora, sem perceber que ela estava travada. Resultado: como já era noite, tudo já estava fechado e não havia mais ninguém pra nos conseguir uma outra chave, estávamos ao relento e com frio. Demos a volta na cabana, tentando achar uma janela por onde desse para entrar. Achamos, a da cozinha, já com a tela mosquiteira meio rasgada (será que alguém teve o mesmo problema???). Como sou menor, sobrou para mim, subir , pular a janela (nada que eu já não tenha feito quando criança, hehehe) e abrir a porta.

11/03/2015

pegamos novamente a estrada e fomos pra Kanab, novamente no Utah. A estrada já é um passeio de cair o queixo, com os penhascos avermelhados, outros com diferentes tonalidades (lembra o Cierro de Siete Colores, em Purmamarca, nprte da Argentina). Nosso objetivo é conseguir informações sobre a permissão para visitar o The Wave, uma área remota do parque e com acesso restrito. Tentamos pela internet e só tinha disponiblidade para julho. Enquanto abastecíamos, já em Page, conhecemos a Camila e o Alexandre, brasileiros, ela morando em Ohio, e que estão passeando por aqui e ficamos conversando um pouco. Legal conhecer pessoas, trocar experiências. Quando estávamos saindo, outro casal, agora de ingleses, parou para conversar. Também estão de férias por aqui e têm um B&B no país de Gales, “cercado por castelos”. Quem sabe uma próxima viagem. Passamos no Kane County Visitor Center e conhecemos o senhor que trabalha lá e que nos disse que faz trilha por aqui há mais de 50 anos, tendo mesmo descoberto um sítio arqueológico há alguns anos, no alto dos rohedos. Daí, fomos ao Bureau of Land Management, responsável pela área, mas que já estava fechado. Mas, fomos abordados pelo Harry, que trabalha lá e fala português, pois morou em Portugal. Explicamos que queríamos informações sobre a trilha para The Wave e a loteria. Sim, porquê tem uma loteria: todo dia, eles sorteiam 10 passes para o dia seguinte (além dos que já foram emitidos pela internet). O Harry nos disse que se não conseguirmos, existem várias outras trilhas bem legais. Voltamos por outra estrada, com o sol se pondo e iluminando os penhascos e deixando-os ainda mais vermelhos.

12/03/2015

acordamos bem cedo para voltarmos a Kanab, uma hora e meia de viagem, para tentarmos a loteria. Fomos os primeiros a chegar, mas daí a pouco foi chegando gente. Às 8:30 hs, fomos para uma sala, cada grupo preenche uma ficha com o número de pessoas, contato para emergência, o Ranger faz um briefing sobre as dificuldades e riscos da trilha. Alguém quer desistir? Ninguém!!! São 102 aspirantes para 10 vagas. Começa o sorteio: o primeiro sorteado é um grupo de 4 pessoas! Agora só sobraram 6 passes. E não é que o terceiro sorteado fomos nós? Huhuhuh!!! Vamos para The Waves amanhã. Fomos falar com o Harry, ficamos conversando um pouco e ele nos deu algumas dicas de trilhas que poderíamos fazer hoje. Seguimos o conselho dle e fomos para Buckskin Gulch, uma trilha que segue pelo leito do rio e entra por uns canions bem estreitos. Mas, aqui, faltou uma pedra no meio do caminho…. Logo que entramos no Wire Pass, lindo, com paredes arredondadas e onduladas, uns 30 metros à frente, deparamos com um degrau de uns 2 metros de altura. Pra descer até daria, mas e pra subir, na volta? Além disso, o tempo estava fechado e ficamos com medo de ser pegos pela chuva, dentro do canion, o que pode ser fatal. Aliás, acho que o “degrau”, deve ser consequência de alguma chuva, que arrastou as pedras que ajudavam na subida e descida. Deu um aperto no coração de não ir em frente, porquê parecia muito lindo, mas, segurança em primeiro lugar. Seguimos pela Rock House Road, de terra, na área de Vermillion Cliffs , passamos pela Navajo Bridge e vimos o pessoal de caiaque e botes lá embaixo, no rio Colorado. Hoje Conhecemos a Jasna, o Gaelan e o filho Alex, de Vermont, e que estão na estrada há 6 meses, com um motorhome, rodando pelos EUA. E o Alex, uns 11 anos, estuda “em casa”, na estrada mesmo. É o que sempre dizemos: o importante é querer, pois os meios sempre se consegue. Dali fomos até Lee’s Ferry, uma área de recreação de onde saem os botes e barcos, pescadores e tem até uma praia à beira do rio. Procuramos pelo Condor da Califórnia, que pode ser avistado por aqui, mas não demos sorte. Agora, descansar que amanhã temos muitas emoções.

Vejam as fotos: