Fairbanks, Alaska – EUA

07/08/2014

Em direção á última fronteira ao norte: Alaska. Yes, chegando lá, uhuhuh!!! Saímos com chuva, em direção á balsa, que cruza o rio Yukon. A balsa leva uns 8 carros normais (mas por aqui tem muitos motorhomes enormes). Demos sorte, pois havia só um carro esperando e em poucos minutos, atravessamos o rio e pegamos a estrada enlameada, rumo á Top of The World Hwy, que foi feita na era da corrida do ouro, ligando os rios do garimpo por uns 100km, e depois foi sendo extendida. Passa por vastas extensões de floresta de coníferas, boa parte de cascalho, sem postos de gasolina ou qualquer outro tipo de serviço. Tempo feio, muita lama e neblina. Mas, do alto pode-se ver as nuvens entre as montanhas. Depois de uns 200 km, passamos pela fronteira Canadá- USA, sem qualquer problema. Nova mudança de fuso: agora estamos 5 hs atrás em relação ao Brasil; e o sol se põe ás 23 hs e nasce ás 5hs. Parada na placa do Alaska pra posar com a bandeira e vamos em frente. Felizmente, o tempo foi melhorando e paramos á beira do Mosquito Fork River, para nosso almoço. Mais algumas paradas e chegamos a Delta Junction, o final da Alaska Hwy, 1422 milhas ao norte de Dawson Creek. No local um ótimo centro de visitantes e a casa histórica, a Sullivan Roadhouse, uma das poucas que restaram, das várias que existiam ao longo da estrada que ia de Valdez a Fairbanks e que servia de abrigo para os viajantes cansados, e abriga muitas peças da época, sob cuidados dos moradores de DJ. Passando por estas montanhas, podemos imaginar as dificuldades enfrentadas para a cosntrução da Alaska Hwy, lá em 1942. No verão, mosquitos (ainda tem muitos!!!), chuva, lama. No inverno, ventos, neve temperaturas congelantes. Os caras foram muuuuito machos. Muitas vezes, dependiam de guias locais para achar um caminho, e os homens iam marcando os pontos para depois irem abrindo a estrada. Trabalhavam 7 dias por semana (civis e militares), ás vezes por 16 horas, com pouca comida e, quando os japoneses invadiram as ilhas Aleutas, o senso de urgencia aumentou ainda mais. Na edição do The Milepost de 1950, foi publicada a Canção dos Pioneiros da Alcan (alaska-canadá), como era chamada a Alaska Hwy no início, escrita por um soldado desconhecido:
“Deram-nos um trabalho e nós o realizamos;
Disseram que não podia ser feito.
Acharam que o tempo proibiria.
Eles nos descartaram antes de começarmos.
Mas aí está ela – águias acima
A Estrada – vê, ela ferve na neve.
Ela é nossa, e oh Deus, como nós a amamos.
Mas agora – ordem de partir – nos vamos.
Nós começamos com nada e a vencemos,
Nós jogamos por sua honra com a Morte.
Nós passamos fome, congelamos e morremos por ela
E a amaldiçoamos com respiração agonizante.
Sangue rubro correu pela neve onde estivemos,
Sangue rubro cavalgou o sol para tê-la
Branco frio são os túmulos que estamos esquecendo
Branco frio são nossas cinzas hoje.
Nós aplainamos montanhas para achá-la,
Escalamos do fundo ao céu,
Conquistamos as florestas para uni-la,
Nós tocamos onde jazem os mastodontes.
Suave, direta e verdadeira a fizemos.
Limpa ela é, viva, brilhante.
A Estrada – sinta-a, vibrante, apaixonante-
E agora – ordem de partir – nos vamos.
Ir da poeira de estrelas das noites de Junho,
Ir da beleza que nós conquistamos.
Pequenos lagos perdidos á luz da lua,
Espirais de neve á luz do sol.
Nós lhes emprestamos a Estrada – nós, os que a fizeram,
E que suas vitórias sejam brilhantes.
Nós lhes emprestamos a Estrada – nós, os que a construíram,
Até o dia em que retornemos.”
Achei muito lindo e acho que mostra bem o sentimento e a fibra daqueles pioneiros. Se tívessemos alguns como esse, quem sabe não teríamos um mundo melhor …. Mas, seguindo, chegamos á cidade de North Pole, a casa do Papai Noel. Uai, mas não é na Laponia??? Bom, seja como for, aqui também tem uma, com um Papai Noel enorme e milhares de cartas chegam por aqui na época do Natal. Demos uma passadinha e até encontramos o bom velhinho por lá, hohoho!!! Aqui encontramos 3 brasileiros, 2 meninos e uma menina, que moram em Seatle e estão passeando e caminhando pelo Alaska. Mundo pequeno…. Mais um pouco e chegamos a Fairbanks, com uma população de umas 32000 pessoas, mas com uma estrutura muito boa. Quase a mesma população de Whitehorse, ams a cidade é maior, mais espalhada, com bairros residenciais mais afastados. Passamos pelo centro, com suas casas históricas e aproveitamos para jantar uma massa. Daí para o nosso B&B, que fica numa área bem tranquila, cercada de verde; tomar banho e dormir. Hoje foram 11 horas de estrada. Corpo cansado, mas mente leve.

08/08/2014

Demos uma passada no Visitor Center, que tem também um museu, mais algumas informações e mapas. Demos uma passeada pelo calçadão que margeia o rio Chena, com o portal de chifres de alce seus jardins bem cuidados e alguns monumentos como o da Alaska-Siberia Airway, uma rota aérea estabelecida durante a 2a guerra mundial, em que aviões eram levados dos EUA para a Russia, durante a invasão nazista. Sim, EUA e Rússia já foram aliados. E, o que é legal, haviam mulheres pilotos tanto americanas como russas. Além disso, com os homens indo pra guerra, as mulheres foram encampando todos os tipos de trabalho, antes exclusivos dos homens. Imagina a revolução, hehehe. Pegamos o carro e fomos conhecer a Pioneer Village, um parque com casas da época dos pioneiros, um barco á vpor, vagão de trem, um museu da Força Aérea, com vários aviões e restos de acidentes. E, claro, bastante área verde, lojas e comida. Pra passar o dia com as crianças é muito bom. Passamos por uma área comercial, e resolvemos pegar um cinema, coisa que não fazemos há muito tempo. Tem muitas outras coisas pra se ver por aqui, como a Chena Hot Springs, passeio de barco pelo rio, jardim botânico, etc. Mas, resolvemos tirar o resto do dia para ajeitar as fotos.