Whitehorse, Yukon – Canadá

04/08/2014

De volta á Alaska Highway, em direção a Whitehorse, que é a capital do Yukon. A estrada tem alguns trechos em recuperação, o que implica em algumas paradas, além das que já fazemos para apreciar a paisagem, tirar fotos e ver bichos. Por aqui o tráfego de veículos é bem menor, mas ainda vemos muitos motorhomes. Primeira parada para um lanche e esticar as pernas. Lago de águas verdes, rodeado por floresta de coníferas e “cottonwood” , mas nenhum animal á vista …. Seguindo em frente, paramos na Rancheria Falls (lembrei-me de minha amiga Leo, que é de Rancharia, SP) e fizemos uma caminhada até o rio e vimos várias cachoeiras, não muito altas mas com um grande volume de água. Mais uns quilometros e paramos novamente, na milha 775, onde tem um viewpoint com vista para a baía e ponte do rio Nisutlin, a maior ponte da Alaska Hwy e que leva ao povoado de Teslin, que tem uma das maiores populações nativas do Yukon. Mais algumas pontes e lagos depois, chegamos a Whitehorse, com uma população aproximada de 27 mil pessoas, na latitude 61o . Deixamos nossas coisas no hotel e fomos ao Visitor Center, super bonito, onde pegamos informações sobre as estradas, a região, mapas, folhetos. A cidade é a capital do estado desde 1953 e serve de base para o transporte, comunicação e suprimentos para os territórios do noroeste, com algumas áreas só alcançadas por pequenos aviões. São duas ruas principais, a Main Street, que corta a cidade de leste a oeste (4 quadras pra cima e 4 pra baixo) e a 4th avenue que corta de norte a sul, iniciando no rio (5 blocos pra cima, 5 blocos pra baixo) e acabou a cidade. É plana o que estimula caminhar e bicicletas. Mas, tudo bem cuidado, com jardins, parques, museus e trilhas acompanhando o rio Yukon. Como lemos que a chance de ver a aurora boreal era moderada, resolvemos tentar. Nessa época, o sol não se põe completamente e lá pelas 23/50hs, pegamos o carro e saimos da cidade, para uma região mais escura. Pegamos um trecho da antiga Alaska Hwy, achamos uma clareirae apagamos as luzes do carro. Mas ainda se via a luminosidade do sol lá no horizonte, ao longe. E também várias nuvens se acumulando. Ficamos esperando até quase 2 hs, mas não foi desta vez. Só nos restou ir dormir….

05/08/2014

Resolvemos fazer a Millenium Trail, á pé, que vai acompanhando o rio Yukon. Mas antes passamos Pelo SS Klondike, um barco a vapor construído em 1929 e era o maior a navegar pelo rio Yukon e podia carregar até 300 toneladas de mercadoria, cartas e passageiros, entre Whitehorse e Dawson City. Ele sofreu avarias em 1936, mas conseguiu-se salvar a maquinária e várias partes, usados no novo, que navegou até 1955. Foi doado ao governo canadense, que o restaurou e hoje está no lado oeste do rio Yukon, aberto á visitação. Subimos no navio e é bem interessante, principalmente se comparado com os transatlanticos modernos. As cabines bem pequenas e espartanas, bem como o alojamento do comanadante e oficiais. Muito legal! Daí seguimos para o outro lado do rio, em direção á represa do Schwatka Lake, onde foi construída uma escada para que os salmões possam subir durante a piracema. Construíram também um centro explicativo, de onde se pode observar os salmões lutando contra a dura correnteza do rio, para chegar em seu berço natal. Só os mais fortes conseguem nadar e subir os 3000km desde o Pacífico. Quando chegam, as mães desovam os 5000 ovos, elas sobrevivem mais algum tempo e morrem. Os alevinos vão se alimentando do saco amniótico até nascerem, mais um ano se alimentando e crescendo e iniciam a jornada para o oceano. Ao chegar no estuário do rio, ficam durante algumas semanas a meses aí, para que o organismo se adeque á água salgada e, finalmente, vão pro mar, onde ficam por 3 a 5 anos, ganhando gordura, para então iniciarem a jornada de volta. Eles têm uma memória genética que os guia ao rio de origem. Durante 3 meses, nadarão 3000 km, sem se alimentar (usam o depósito acumulado ao longo dos anos), enfrentando as fortes correntezas e os vários predadores. Depois de ver a batalha dos bichos, dá até dó de comer salmão…. Voltamos caminhando pela beira do rio e vimos pessoas brincando com caiaque, na correnteza. Quero brincar disso, não!!!! O tempo voou, e resolvemos fazer nosso almojantar. Pensamos em visitar 2 museus, locais, mas já estavam fechados. Esta noite acho que não iremos caçar a aurora, pois amanhã temos estrada. Também, como é verão aqui, as chances são pequenas. Vamos esperar mais pro norte.