Flagstaff – Arizona

05/07/2014

De novo na estrada, mas hoje vamos aproveitar para conhecer algumas atrações pelo caminho. Quase na metade do caminho, paramos na Floresta Petrificada, uma das maiores concentrações de madeira, petrificada e colorida, do mundo. Onde hoje vemos corvos voando, haviam pterossauros e dinossauros. Cientistas identificaram algumas centenas de fósseis de plantas e animais, aqui. Em 1906 foi denominado monumento nacional, no intuito de preservá-lo pois estava desaparecendo rapidamente, uma vez que eram retirados vagões inteiros da madeira petrificada, em busca de gemas como ametista. Realmente, a madeira petrificada há uns 200 milhões de anos atrás, tem uma cor avermelhada, mas com várias nuances de outras cores no seu interior. O parque é dividido em 2 partes: a área do Deserto Pintado e a da Floresta Petrificada. Iniciamos pelo Deserto Pintado, com seus vários mirantes e trilhas, petroglifos e colorido. Depois seguindo a estrada pelo parque, até a Agate House, construida pelos Pueblo na era pré-colombiana, de madeira petrificada e lama, e reconstruida em época mais recente, agora usando-se concreto para se estabilizar as paredes. Finalmente, á Rainbow Forest, uma das 4 maiores concentrações de madeira petrificada. Aqui está o “Old Faithful”, o maior fóssil de árvore, com 30 metros de diâmetro. A maioria das árvores petrificadas é de coníferas (como um pinheiro), que sofriam enchentes periodicamente, e ao cair, foram sendo lavadas por vários tipos de sedimentos e cinzas vulcânicas. Água rica em silica foi pergolando a madeira, repondo o tecido orgânico com quartzo multicolorido. Isso ao longo de milhões de anos. Existem várias placas pelo caminho avisando que pegar qualquer tipo de rocha do parque é crime. Quando entramos, a guarda parque nos perguntou se levávamos algum fragmento de rocha no carro. Quando saímos, entendemos o porquê: fora do parque existem vários lugares que vendem fragmentos das árvores petrificadas, retirados de propriedades privadas. Tem até mesmo móveis. Imagine o peso!! Cansados fisicamente, pelo calor e andanças, seguimos na estrada. Chegamos a Flagstaff de noitinha, com o sol se pondo.

06/07/2014

Hoje vamos conhecer a margem sul do Grand Canyon; formado pelo rio Colorado é o maior canion dos EUA, com 277 milhas de extensão e uns 5 milhões de pessoas o visitam, por ano. Algumas partes da rocha estão polidas, tantos são os pés que já pisaram ali! Rochas datam de 1,8 bilhões de anos e como o canion foi formado não está claro. Paramos o carro no Centro de Visitantes (na alta temporada, algumas áreas são acessadas apenas pelos ônibus do parque, para evitar congestionamentos), e fizemos uma trilha pequena (acessível também para cadeirantes) até o Mather Point, de onde se tem uma vista panorâmica do coração do Grand Canyon. É de tirar o fôlego!! Enormes e solitárias aflorações rochosas emergem do fundo, onde se vêem grupos de árvores (cottonwood) margeando o rio; lá está também o Phantom Ranch, o único alojamento no fundo do canion e acessível apenas em lombo de mulas ou em uma caminhada de umas 6 horas para baixo, pelas pedras. Mas, para se conseguir um lugar lá, tem-se que fazer reserva com pelo menos um ano de antecedencia. Outra caminhada é pela Trilha do Tempo, onde cada passo equivale a milhões de anos e pode-se tocar rochas de cada período. Pegamos o ônibus e fomos descendo e subindo pelas várias paradas, fazendo algumas trilhas pelo caminho. São tantas as opções de trilhas, que precisaríamos de pelo menos uma semana para conhecer tudo. Escolhemos alguns “highlights”. Depois pegamos o carro e fizemos um passeio de 23 milhas (uns 35km) pela Desert View Drive, que vai acompanhando a margem leste, com vários pontos de parada e vista do canion principal e do rio Colorado e suas corredeiras. Muitos dizem que descer as corredeiras do Colorado (algumas nível 10 em 10) é uma experiencia única e inesquecível e pode levar de uma a duas semanas. Ao final da trilha há uma torre de observação, construida em 1932, como se fosse uma torre medieval e decorada por dentro com murais de lendas dos índios Hopi. E claro, uma loja de lembrancinhas. Tem também várias trilhas selvagens nos vários parques, que podem durar dias e requerem autorização prévia na entrada do parque e tem-se que levar a própria água e comida. Como recompensa, quando estávamos voltando pela estradinha, vimos dois veados galheiros na mata. Paramos em um dos mirantes para ver o pôr-do-sol, apesar das muitas nuvens no céu. A margem norte é menos visitada e está uns 300 metros mais alto que a sul e a uns 180 km daqui. Quem sabe na volta….