Ciudad Valles – México

13/06/2014

Saimos cedo, pois queremos passar em umas cachoeiras conhecidas como a Puente de Dios, na região de Tamasopo. Estrada bastante sinuosa, por meio de montanhas, com o contorno da Sierra Madre Oriental sempre nos acompanhando. Me senti meio lá na minha região, em Minas Gerais, pois além das curvas e qualidade das estradas, há bastante plantação de café. A serra daqui é um tiquinho maior, hehehe. Aqui já percebemos a presença mais ostensiva da polícia e exército nas estradas. Seguindo as indicações do GPS e placas, ás vezes, perguntando, chegamos ao vilarejo de El Cafetal. Logo fomos abordados pelos “guias”, pessoas da comunidade local que faturam um dinheiro extra levando os turistas para conhecer as belezas locais. E bota beleza nisso!!! Se nos encantamos com rio Celeste, na Costa Rica, aqui ficamos de queixo caído. Uma profusão de cascatas caindo e rio azul turquesa. Talvez porque estva sol (na Costa Rica chovia) parecia ainda mais lindo. A água brota de várias nascentes, que despencam formando cahoeiras. O rio escavou a rocha, formando um túnel, podendo-se passar por dentro d’água, embaixo da ponte de rocha. Aqui pode-se entrar no rio, sempre com colete salva vidas. Como ainda tínhamos vários quilômetros pela frente e também, não estávamos com roupa de banho, só passeamos por lá, sem entrar na água. Tem até uma prainha na beira do rio. Esperemos que as próximas sejam tão bonitas quanto esta. De encher os olhos e lavar a alma!!! Seguimos em frente, já mais animados. Presença maciça do exército. Fomos parados umas 4 vezes. Chegamos ao nosso hotel em Ciudad Valles, com um calor de 37 graus. Pegamos um panfleto de uma operadora de turismo, com vários passeio, pois existem várias cachoeiras na região. Ligamos para marcar para amanhã, mas não tem o que queríamos. Resolvemos que vamos por nossa conta, mesmo.

14/06/2014

Optamos por fazer dois passeios, dos vários que tem. Pela manhã, fomos á cachoeira Tamul, no rio Tampaón, que tem uma queda de 105 m. Tem dois locais de onde se parte, pois tem que ir de barco, remando. Resolvemos ir por La Morena (o outro é Tanchachin, uns 5 km antes, o carro fica na estrada), pois tem estacionamento ao lado do embarcadero. Como chegamos cedo, só tinha um barqueiro. O ideal é ir com mais gente (cabem até 10 pessoas), para dividir tanto o custo da canoa quanto os remos, hehehe. Combinamos o preço com ele e resolvemos ir só nós mesmos, pra não perder muito tempo. Logo que se chega ao embarcadero, a cor da água já é um choque. Paisagem idílica, com rio azul-esverdeado, canoas coloridas amarradas, árvores e pássaros cantanto. Nosso barqueiro, Nemécio, chegou com os coletes e os remos e entramos na nossa canoa. A remada é rio acima, uns 3 km. Pra variar, éramos só nós, pois os grupos das operadoras chegam mais tarde. Fomos nós, remando contra a corrente, que segundo ele estava um pouco mais forte pois tinha chovido nos dias anteriores. Chegamos num ponto, onde a corredeira era mais forte e tivemos que descer da canoa e ir por terra, enquanto o Nemecio ia puxando a canoa pela borda do rio, até vencer estes dois pontos. Nessa hora, passou outra canoa, com 4 pessoas e dois barqueiros. Mas todos descem neste ponto, pois não dá para passar remando. Depois de um descanso breve e um mergulho pra refrescar, voltamos aos remos. Me senti entrando em Shangri-la (os que têm mais de 50 sabem o que é – um lugar paradisíaco de um filme, com inúmeras cachoeiras, frutas diversas, onde se vivia em completa harmonia com a natureza e ninguém envelhecia). Depois de umas 2 horas remando, avistamos a cascata de Tamul, com suas águas azuis. Chocante!!! Não se pode chegar muito próximo devido ao risco. Quando há menos água, pode-se chegar e mesmo, descer de rapel. Subimos numa pedra e ficamos admirando o espetáculo. Depois de um tempo, hora de voltar, com direito a parada na Cueva del Água, que é uma caverna com água, ou cenote. Encostamos a canoa e subimos um morro até nos deparar com a gruta. Outro assombro: água cristalina e azul escura, numa caverna com estalactites e muitos morcegos. Aqui já haviam algumas pessoas na água, que aliás nem era muito fria. Deliciosa, água corrente, de nascente, dava pra enxergar a metros de profundidade. As pessoas foram saindo e tivemos o lugar e o silencio, só pra nós, por alguns instantes. De volta á canoa, ainda passamos por baixo de uma cachoeira e, em uma hora estávamos de volta. A favor da correnteza é bem melhor!!! Daí, fomos ás Minas Viejas, uns 70 km distantes. Como anoitece ás 9 da noite, tínhamos tempo. Estradas pequenas e em más condições, e com muitos canaviais. Se ontem me senti em Minas Gerais, hoje parecia Ribeirão Preto: canavial pra todo lado, treminhões e usinas. Chegamos por volta das 4 horas e já não havia ninguém na portaria. Estacionamos a Cherry e fomos descendo. Encontramos um senhor, já fechando, mas que nos alugou 2 coletes e fomos ao rio. A mesma cor de sonho, com uma cachoeira grande e várias quedas dágua ao longo do rio. Com o calor que estava, a temperatura da água estava ótima. Ficamos jacarezando em um dos poços, até cansar. Descemos um pouco pelo rio pra ver as outras quedas. O fenômeno acho que é o mesmo do rio Celeste: são minerais como o carbonato de cobre que dão a coloração á água. Até as pedras ficam esbranquiçadas. E há peixes ….. Pela região existem vários outros pontos, como o Salto Micos, que vimos da estrada e onde se pode descer o rio saltando das cachoeiras, que tem de 1 a 9 metros; outros onde se pode fazer rapel e kayaking. E o que é bom, com muito pouca gente, pois não é muito conhecido. Daria pra ficar mais alguns dias, pra conhecer um pouco mais. Mas, temos o Alasca á nossa espera, assim, amanhã seguimos para Matamoros e a fronteira.

15/06/2014

Dia chato, de deslocamento. Exército em quase todas as cidades, fomos parados várias vezes, mas sempre muito simpáticos. Todos querem saber porque não ficamos pra Copa. Depois de longas 8 horas, chegamos ao hotel, em Matamoros. A cidade não tem muitos atrativos, assim, fomos comer algo e voltamos. Passamos a noite aqui e amanhã, mais uma fronteira, a 13ª.