Acapulco – México

01/06/2014

Depois da voltinha na praia, de volta á estrada. Estrada boa, com visual bem legal: Pacífico de um lado e a Sierra Madre do outro. Tem várias praias, cada uma mais legal que a outra, desde vila de pescadores até megaresorts, algumas calmas, outras com grandes ondas. Finalmente, chegamos á Acapulco. É a praia mais famosa do México, fundada no século XVI pelos espanhóis e por 300 anos foi o principal porto de comércio com o Oriente. Na década de 40, astros de Hollywood, como John Wayne, Errol Flynn, Elizabeth Taylor eram frequentadores habituais, assim como Johnny Weissmuler, o primeiro Tarzan da telona. Também, na década de 60, o rei Elvis Presley fez um filme lá, que mostrava os clavadistas, o que fez aumentar a fama da cidade. Clavadistas são mergulhadores que saltam de penhascos no mar. Procurando hotel pela internet, descobri o Los Flamingos, que é dessa época e, claro, resolvemos ficar lá. O hotel fica na região mais antiga de Acapulco, perto de La Quebrada, o penhasco de onde os clavadistas saltam. Digamos que não houve muito investimento desde aquela época, mas o visual e a história do lugar, compensam. Só não espere luxo. O quarto é grande, com uma varanda para o penhasco e o Pacífico. Como o sol se põe ás 22 horas, resolvemos ir á La Quebrada ver os clavadistas, que saltam de hora em hora. Tem pelo menos 3 pontos de onde se pode ver: de um lugar reservado e pagante (poucos lugares); de um restaurante e do calçadão. Como era domingo, estava meio lotado e resolvemos ficar pelo calçadão mesmo. O ruim é que tem uns holofotes que atrapalham um pouco a visão. Mas, de qualquer maneira é emocionante. São uns 6 mergulhadores, todos jovens, sendo que só um salta do ponto mais alto, onde tem dois altares á Virgen de Guadalupe. Sem ter um treinamento específico, geralmente passando de geração para geração, eles se lançam do penhasco, de até 45 m, em um poço com menos de 4 m de profundidade. Diz-se que eles têm que conhecer o movimento das ondas e saber o momento certo de saltar, com risco de, se errarem, baterem nas pedras. Do ponto mais alto, leva-se 3 segundos até a água e a onda dura 5 segundos, o que dá uma margem de erro de 2 s!!! Alguns acidentes acontecem, mas diz-se que nunca houve uma morte. Durante 30 minutos, a gente fica prendendo a respiração a cada vez que um deles salta. E é comum vê-los depois, só de sunga, andando e comendo por ali. Em geral, fazem 2 saltos por dia, 5 dias por semana. Se iniciarem aos 17 anos e forem até 0s 45, terão feito em torno de 15 mil saltos!!!! A concentração e a fé na Virgen de Guadalupe também são parte fundamental para o sucesso.

02/06/2014

Resolvemos dar uma passeada pelas praias, sendo que algumas são meio que reservadas, dos grandes condominios, na parte moderna da cidade, principalmente em Punta Diamante, onde os endinheirados locais têm suas casas de veraneio. Na volta, no caos do trânsito, ficamos parados no meio do farol, que fechou e, claro, tinha um carro da polícia. Mandaram que encostássemos e o policial veio com a conversa mole de sempre, dizendo que teríamos que ir á delegacia, que tínhamos cruzado o farol vermelho e perguntando da Copa no Brasil. Dissemos que só tínhamos parado para que eles passasem (o que era verdade), mas não teve jeito. Ele também não queria, de verdade, ir á delegacia e por mais que insistíssemos, ele não se mexia e nem deixava a gente ir. Dizia, somos amigos, entende? Resumo: demos U$5 pro cara e ele se mandou. Quem ficou mal fui eu, pois sou totalmente contra este tipo de coisa. Mas, não teve esscapatória…. Não é pelo dinheiro, mas por princípio, pois não fizemos nada errado. Depois dessa, resolvemos voltar pro hotel e sentamos no bar, apreciando o pôr-do-sol no mar, o canto dos passarinhos e pensando em Johnny Weissmuller saltando de La Quebrada e gritando: Oooooooohhoooohhhh!!!!. Sim, pois ele era exímio nadador e não usava dublê em seus filmes. Saúde!!!