Fiordes Chilenos e Coyhaique – Chile

19/11/15 – 20/11/15

pegamos a balsa ontem à noite, às 23 hs, e a previsão é de 23 horas de navegação. É uma balsa de linha, que vai parando nas várias ilhas, pegando passageiros, deixando passageiros, levando provisões. Apesar do tempo fechado e chuvoso, a paisagem é bem bonita, pelos fiordes entre montanhas e lugares onde, às vezes, tem uma ou duas casas. Tem uma cadela que entrou na balsa sem que ninguém percebesse, há dois dias atrás, mas descobriram onde ela mora e vão deixá-la lá hoje. A cada parada, a tripulação fica de olho pra que ela não desça, hehehe. Esta balsa não tem cabines, então tentamos dormir nas poltronas, o que não foi muito fácil e pouco cômodo. Aproveitar o tempo para escrever…. Foram umas dez paradas, durante todo o dia e também, à noite. É interessante observar as paradas: carros e caminhões descendo e subindo e, pessoas, descendo com muitas coisas, desde comida até material de construção, familiares se abraçando. Teve uma parada, em uma ilhota, que sequer tem cais. A balsa encosta na praia mesmo, e imagino que tenha uma profundidade bem grande, para não encalhar. Tudo isso pra deixar dois pequenos pacotes. Mas, os ilhéus não têm outra ligação com o mudo lá fora, exceto pela balsa. Apesar do tempo fechado e chuvoso, passei boa parte do tempo lá fora, observando a paisagem e tirando fotos. Fê aproveitou pra botar o sono em dia. E conhecemos um casal de canadenses em seu trailer desde o Canadá, há 10 meses, 3 irmãs canadenses em um camper (uma van meio adaptada que pode ser alugada no Chile) há 4 meses, duas garotas suiças e vários outros viajantes, todos rumando para o sul. E as 23 viraram 33 horas, então passamos mais uma noite na balsa, chegando às 7hs da manhã do dia 20/11 em Puerto Chacabuco. Seguimos pela linda estrada até Coyhaique, passando por Puerto Aysén, margeanso o rio Simpson. Esta região é linda, com muitas cachoeiras, rios, picos nevados, glaciares, áreas para trekking, caiaque, esqui e muito mais. Tínhamos reservado uma cabaña, pois achamos que chegaríamos de madrugada, cansados e, surpresa!!!, apesar de termos avisado que chegaríamos de manhãzinha, o cara reservou pra outro casal! Ainda tentou nos arrumar outro lugar, mas era horrível e acabamos nos mimando, ficando no El Reloj, um bom hotel onde já havíamos ficado antes, com os amigos Porcos Espinhos, em nossa primeira expedição pela Patagônia. Bom atendimento, boa cama e boa comida, tudo que estávamos precisando. Fomos, à pé, dar um passeio no simpático centro da cidade, com sua Plaza de Armas em forma de pentágono e a vista dos picos nevados.

21/11/15

revigorados, fomos até a Reserva Nacional Coyhaique, onde se pode fazer várias caminhadas, de uma hora até vários dias. Passamos no Centro de Visitantes, onde um guarda-parque nos deu várias orientações e mapa com as várias trilhas. Seguimos com o carro e paramos no mirador, com uma vista panorâmica de Coyhaique no vale, cercada pelos picos nevados; estacionamos mais à frente, onde encontramos outro guarda, que nos sugeriu seguirmos até a laguna Verde, pois dali saem várias trilhas. Aqui encontramos as suiças, com outra garota, já fazendo uma trilha. Fizemos a laguna Verde e, como estava bom tempo, resolvemos fazer o sendero de Las Piedras, com uns 10 km de extensão e 1 km de ascenso, passando por bosques de faias e pinheiros. O problema é que havia muita pedra solta e, em um ponto, neve, o que tornava o terreno escorregadio. Fê, com seu joelho bichado, resolveu voltar e eu segui mais um pouco, encontrando as meninas suiças, também voltando, pois a neve foi aumentando e chegaram num campo de gelo. Resolvi seguir mais um pouco, aproveitando as pegadas delas, pois a neve encobriu a trilha e cheguei no campo de gelo, com neve que chegava ao joelho. Achei um caminho á direita, pelas pedras e subi ao cimo do Cerro, mais ou menos a metade da trilha, onde já não havia tanta neve e havia uns tripés de uns 2 m marcando o caminho. Andei um pouco seguindo-os, e tinha ainda um outro morro pra subir, este com bastante neve e, depois, a trilha se perdia na mata. Como estava sózinha, fiquei com receio de seguir pela mata e resolvi voltar por onde vim, de volta ao estacionamento, onde o Fê me esperava. Seguimos de carro pela Reserva, parando ainda em outras lagoas. De volta à cidade, estava havendo o Teletón (como o do Silvio Santos) na Plaza de Armas, com música, feira e as pessoas lavando carros, com a ajuda dos bombeiros, para arrecadar dinheiro em prol das crianças carentes. Aqui eles levam muito à sério, pois toda a cidade estava engajada Deixamos a Cherry no hotel e fomos jantar.

Vejam as fotos: