Uyuni – Bolivia

28/10/15

Rumo ao Salar de Uyuni, a uma altitude de 3.656 msnm. O Salar foi formado como resultado de transformações entre diversos lagos pré-históricos. Ele é coberto por alguns metros de uma crosta de sal, que tem um nivelamento extraordinário, com variações de altitude de menos de um metro ao longo de toda a área do Salar. A área grande, o céu claro e o nivelamento excepcional da superfície fazem do Salar um lugar ideal para calibrar os altímetros de satélites de observação da Terra. O Salar serve como a principal via de transporte em todo o Altiplano boliviano e é um terreno fértil para várias espécies de flamingos cor de rosa, como as três espécies sul-americanas de flamingos: o chileno, o andino e o flamingo de James. Há cerca de 40 mil anos, a área do atual deserto de sal fazia parte do lago Michin, um gigantesco lago pré-histórico. Quando o lago secou, deixou como remanescentes os atuais lagos Poopó e Uru Uru, e dois grandes desertos salgados, Coipasa (o menor) e o extenso Uyuni. O Salar de Uyuni tem aproximadamente 10 582 km² de área, ou seja, é maior que o lago Titicaca, situado na fronteira Bolívia-Peru, com, aproximadamente, 8300 km². Estima-se que o Salar de Uyuni contenha 10 bilhões de toneladas de sal, das quais menos de 25 mil toneladas são extraídas anualmente. O deserto de sal é composto por aproximadamente 11 camadas com espessuras que variam entre 2 e 10 metros. A profundidade total é estimada em 120 metros e é composta de uma mistura de salmoura e barro lacustre. O deserto de sal é também a maior reserva de lítio do mundo, além de conter importantes quantidades de potássio, boro e magnésio. A origem do sal provavelmente está relacionada com a imensa quantidade de vulcões em torno do Salar de Uyuni. A concentração do sal é também facilitada pelo fato de ser uma região muito árida. Além da extração de sal, o deserto de sal também é um importante destino turístico. Seus principais pontos de visitação são o hotel de sal antigo, desativado, e a Ilha do Pescado, com suas formações rochosas e os cactos de até 10 metros de altura. E, mais recentemente, foi palco do Rally Dakar. Atualmente, existem 3 hotéis de sal no local. Sim, são construídos com blocos de sal, bem como boa parte dos móveis também são feitos de sal. Mas têm toda a infraestrutura de um hotel moderno. Há alguns anos, junto com nossos amigos Porcos Espinho, ficamos no Luna Salada, bom serviço, boa comida, com uma decoração com materiais típicos, bem bonita. Dessa vez, não tinha vaga e ficamos no Cristal Samaña, que estava em reforma (baixa temporada é assim), uma decoração bem brega (parecia um bingo), atendimento precário e comida ruinzinha. Logo que chegamos, fomos até o hotel antigo, que seria um museu (mas está fechado), onde está uma gigantesca escultura de sal do Dakar e a praça das bandeiras. O Salar está bem mais seco dessa vez, então nada de fotos espelhadas. O que não nos impediu de fazer inúmeras outras, hehehe. Ainda deu pra curtir um lindo pôr-do-sol e o nascer da lua cheia.

29/10/15

fomos até o povoado de Uyuni pra pegar informações pois queremos cruzar o salar até chegar ao Atacama, no Chile. Pegamos mais uns mapas, passeamos pelo mercado local e voltamos pro Salar, indo até os Ojos del Salar, buracos por onde sai água, salgada, claro e pode-se observar os cristais de sal. Dessa vez não fomos até a ilha do Pescado, pois já conhecíamos e são uns 70 km até lá. Demos mais umas voltas pelo Salar e, como está muito seco, as rotas estão bem compactadas, mas a pele e lábio ficam todos ressecados, mesmo tomando muita água.

30/10/15

passamos no único posto para encher o tanque, pois temos um longo trecho. Ainda bem que a Cherry tem uma boa autonomia, pois são uns 650 km até o Atacama, sem postos pelo caminho e com estradas ruins. Tem várias rotas e seguimos pela mais direta, e, como nos disse um guía: “é seguir pro sul e, enquanto tiver gente falando espanhol, estão no caminho certo”. Já não é mais tão difícil como há alguns anos atrás, quando muita gente se perdia. A estrada, apesar de precária e com várias bifurcações, é bem marcada e o GPS consegue traçar com alguma precisão. Apesar de ser uns 450 km até a Laguna Colorada, levamos quase nove horas. Além do mal estado da estrada, paramos muito para fotos, lagoas, o vale das Rochas, com formações de arenito pra lá de caprichosas, vulcões, outro salar, mais flamingos e, finalmente, a Laguna Colorada, que tem uma cor avermelhada, devido aos sedimentos e algas que crescem na água. Aqui existem alguns refúgios, não são bem hotéis e paramos no primeiro que vimos e ficamos por ali mesmo, pois o sol estava baixando e o frio chegando. O banheiro era compartilhado e só com água fria. Tudo muito simples, mas bem limpo. E luz, de gerador, das 6 às 9 horas da noite. Com uma temperatura beirando os 5 graus, banho frio nem pensar; o jeito foi apelar pro lenço umedecido, pra tirar a poeira da estrada. Esta foi uma das piores estradas que pegamos, mas, certamente também, uma das mais bonitas. Valeu cada solavanco! Amanhã tem mais até chegarmos ao Atacama.

Vejam as fotos: