Huancayo – Peru

13/10/15

Novamente estrada, pelo vale do rio Santa, entre as cordilheiras Branca, à leste e Negra, à Oeste. Conseguimos até pegar umas retas, hehehe. À nossa esquerda, a cordilheira Branca e o nevado Pastoruri, de 5200 msnm, com o glaciar de mesmo nome, que vem encolhendo rapidamente nos últimos anos, devido ao aquecimento global, com previsão de que desapareça em 15 a 20 anos. Triste!!! Mas, um glaciólogo local, iniciou um experimento, cobrindo o glaciar com serragem e conseguiu diminuir a retrocesso em alguns centímetros. Os próximos anos dirão. Cruzamos, novamente, a cordilheira Negra, chegando a mais de 4700 m, descemos novamente, passando por áreas de dunas, e logo avistamos o Pacífico, perto de Chimbote. Seguimos pela periferia de Lima e paramos em Chaclacayo, para dormir. Um hotel/centro de eventos, com um lindo visual.

14/10/15

seguindo pela carretera Central e dá-lhe mais subida, rodando novamente acima dos 3500 msnm, com áreas de pista estreita, onde passa só um carro, e em más condições, mais trabalhos na rodovia, mais caminhões lentos, compensados, parcialmente, pelo visual. Que eu pude apreciar, pois o Fê, ao volante, não podia nem piscar, pois além da estrada difícil, os malucos ultrapassam a qualquer preço. Estamos no vale do Mantaro, uma região de cultivo e gado, a uma altitude de 3200 msnm, com muitos sítios arqueológicos, lagoas e também áreas de mineração, como na cidade de La Oroya, que tem uma fundição com sua chaminé de 200m, desde 1922, com níveis altíssimos de chumbo, arsênio e cádmio. Irionicamente, na entrada da fundição tem uma placa que diz: “Vamos proteger o meio ambiente para as futuras gerações”. Mas essas futuras gerações são as mais afetadas. Três anos atrás, o Ministério da Saúde peruano descobriu que 99% das crianças de La Oroya com menos de 6 anos tinham níveis de chumbo no sangue muito acima das normas de segurança. Um estudo recente conduzido por neurologistas locais mostrou que os bebês estão nascendo com chumbo no sangue. Uma vez mais, uma mistura de descaso das autoridades locais e descompromisso da indústria. Chegamos ao nosso hotel, Tuki Llajta, no alto da montanha e com vista de vários povoados, abaixo. Fomos recebidos pela Lucy, que nos deu muitas informações sobre a região e David, muito amável e prestativo.

15/10/15

nossa intenção era chegar ao nevado Tello, mas só fomos até a lagoa Pomacocha, depois de subir mais um pouco, hehehe, chegando, novamente, aos 4700 msnm. Paramos na lagoa, fizemos algumas fotos e seguimos mais um pouco pelo vale, numa estrada onde só passava um carro. Como não tínhamos uma rota certa até o Tello, decidimos voltar, pois já era tarde e a estrada bem ruinzinha. Passamos ainda por Santa Rosa de Ocopa, onde está um convento franciscano, hoje museu, com mais de 25.000 volumes. Mas, estávamos cansados e acabamos não parando. Agora é descansar,pois amanhã iremos ao glaciar Waytapayllana (ou Huaytapallana).

16/10/15

a cordilheira Huaytapallana está a 2 horas, por estrada de terra, da cidade de Huancayo, no departamento de Junín. O ponto de partida das expedições ao nevado é a Virgen de las Nieves, situado a 4.000 metros de altura. A partir deste ponto há dois itinerários por onde se pode iniciar a subida ao nevado Huaytapallana até seu pico mais alto, Lazuntay, a 5768 msnm. Pegamos o caminho mais longo, mas menos íngreme, umas 3 h de caminhada, passando pelas lagoas Carhuaccocha, Cocha Grande, de águas verde-azuladas, e Yanahucsha, subindo sempre, rumo ao nevado Cochas, chegando ao glaciar de mesmo nome, a 5100 msnm. É um trajeto difícil, não só pelo caminho de pedras, subindo sempre, mas, principalmente pela altitude e consequente cansaço. Nosso guia, Ronald, da Tuki Rumi, além das informações, teve paciência de seguir em nosso passo. Além da paisagem deslumbrante, ainda presenciamos xamãs fazendo “pago a la tierra”, oferendas e preces para agradecer e pedir por boas colheitas. Chegamos ao glaciar, que atualmente mostra várias fendas e, que também está retrocedendo. Já não se pode escalar este pico, devido aos riscos. Segundo o Ronald, há menos de 20 anos, todos os picos tinham neve e hoje, muitos estão descobertos. Subimos pelo glaciar e pode-se ver de perto as inúmeras fendas e cavernas e, uma vez mais, EPH, como garrafas, plásticos, que onde caem, formam um buraco. Com a neblina baixando rápido e o frio aumentando, iniciamos nossa descida, agora pelo caminho mais curto (pra baixo todo santo ajuda, hehehe) e chegamos de volta à Virgen de las Nieves, onde tínhamos encomendado nosso almoço antes da subida: uma deliciosa truta com arroz e salada. De volta à estrada, ainda passamos por um povoado onde havia uma festa, com banda e jovens com roupas típicas, dançando.

Vejam as fotos: