La Macarena-Caño Cristales – Colômbia

07/09/15

Com uma taxa de crescimento do PIB beirando a 3% no terceiro trimestre de 2015, a Colombia está um verdadeiro canteiro de obras. Quase todas as rodovias estão sendo duplicadas. Como o relevo por aqui é muito montanhoso e somado aos trechos de obras, a velocidade média que temos conseguido é de surpreendentes 30 Km/hora. Hoje às 4 horas da manhã, iniciamos nosso trajeto rumo a Caño Cristales, no Parque Nacional Natural da Macarena, na Serra da Macarena, onde confluem 3 ecosistemas: Amazônia, Andes e Lanos. Um trajeto de 90 km até Villavicencia, que levamos 3 horas para percorrer, com chuva um motorista agressivo que fazia umas ultrapassagens imprudentes. Para se chegar a La Macarena, há um vôo de Villavicencia , em um pequeno avião (35 min) ou de carro, uns 130 Km em 14 horas, por uma estrada esburacada, que quase não é usada, e passando por território das FARC. Por motivos óbvios, optamos por ir de avião. La Macarena é a base de onde se explora Caño Cristales. Antes território das FARC e do cultivo de coca, hoje está pacificada e vive em função do turismo, com forte presença do Exército. Aliás, o Exército é muito querido pelos colombianos e é comum verem os cidadãos oferecendo água, refrigerante, comida para os soldados. De La Macarena pega-se um barco que nos leva até o outro lado do rio Guayabera, daí uma caminhonete e mais uma caminhada inicial de uns 30 minutos. Caño Cristales, também chamado de “rio das cinco cores”, “rio que vem do paraíso”, arco-íris líquido e, com boa dose de razão, “o mais belo rio do mundo”. É longo, com 100 quilômetros de extensão, e, com seus apenas 20 metros de largura, fica multicolorido durante cinco meses no ano, devido à presença de uma planta chamada “Clavigera macarena”, que cresce sob as àguas e vai de um tom rosado, passando pelo púrpura até um vermelho vivo, a depender do sol. E, onde há sombra, a mesma planta adquire diferentes tons de verdes. Isto, associado aos diferentes tons das rochas, que vão de um amarelo claro ao negro, e mais a limpidez da àgua, cristalina, confere uma beleza que as fotos não conseguem capturar em sua totalidade. Chegamos por volta de 9 hs, deixamos nossas coisas no hotel, tomamamos um lanche e fomos com nossa guia, Andréa, para nosso primeiro passeio a Caño Cristales, que dura umas 5 horas, passando por vários pontos: piscina, ponto para fotografia, coliseo, os “8” e piscina do turista, onde se pode nadar, o que é muito bom, pois o calor estava bravo. Aí também aproveitamos pra almoçar: arroz, frango, mandioca e patacones (banana verde frita), embrulhados na folha de bananeira. Nosso grupo era de 5 pessoas e mais a guia. Cada grupo é conduzido a um sítio diferente, para não haver muito acúmulo e o impacto ambiental ser menor. E funciona bem, quando um grupo está saindo, outro já vem chegando. A rigor, não se poderia entrar no rio, mas devido ao calor intenso, em algumas áreas onde não tem as plantas, pode-se entrar. Mas não é só pela beleza do Caño que La Macarena se destaca, mas também por seu povo. São apenas 350 famílias e todas trabalham em prol do turismo local durante a temporada: uns se encarregam do transporte dos turistas (motos, barcos, mulas, etc), outros da comida, hotéis e pousadas, guias, etc, de forma a todos terem trabalho. Tudo simples, mas bem organizado e hotel limpo, com ar condicionado. A comida é típica, boa e farta… A noite, uma festa com dança típica do “llano” (plano, que é como se chama esta região), o joropo, onde um grupo toca e crianças com roupas típicas dançam. Muito legal… E Fê, uma vez mais, foi convidado a bailar e, desta vez, até eu não pude resistir a um: “Bailamos?” de um cavalheiro de 5 anos, o Alejandro, filho da Andrea, nossa guia.

08/09/15

novamente, barco, caminhonete e caminhada, vamos a outro trecho de Caño Cristales, Los Pailones, Remanso de las Tortugas e Las Cascadas, onde pudemos nos banhar e almoçar. E em determinado momento, nossa Guia, a Andréa, nos perguntou o que gostaríamos de comer no jantar. E o Fê, claro: Pizza, a minha pizza. Sugeriu a ela que ele mesmo poderia fazer. Ela topou na hora! De pronto conseguimos o auxílio do Juliano e da Eliana (ele brasileiro e ela colombiana, ambos vivem no Brasil). A cozinha transformou-se em uma festa e preparamos pizzas para 20 turistas, que sem saber o que estava ocorrendo na cozinha, enchiam a Maricela (dona do restaurante) de elogios, e ela por sua vez mostrava-se muito satisfeita com o resultado. No dia seguinte, durante nosso almoço, ela veio nos agradecer e pedir sugestões de recheio, que tipo de utensílios necessitava para a produção de uma escala maior. A partir de agora a pizza será incorporada a seu Cardápio…. É, essa receita está correndo o mundo e o melhor de tudo que com ela, estamos levando benefícios às pessoas…Isso nos alegra muito.

09/09/15

hoje faremos um passeio mais curto, até los Cristalitos, passando por um sítio, em que os mascotes são um tucano e um macaquinho e onde têm um projeto semelhante ao TAMAR, mas para as tartarugas do rio: encubam os ovos e criam as tartaruguinhas até que possam ser devolvidas ao rio. Aqui, antes se cultivava a coca (ainda conservam algumas plantas), que era a fonte de renda dos camponeses locais. Com a pacificação, o cultivo foi abolido, mas tem-se que prover outra fonte de renda para estas famílias e o turismo tem contribuído para isso. Seguimos até um mirador de onde se avista boa parte do rio Guayabera e depois até Cristalitos e o Remanso del Silêncio, onde predomina a Clavigera macarena verde, pois está na sombra. De volta, almoçar, tomar banho e seguir para o aeroporto e pegar o avião até Villavicencia. Aí, ainda tentamos pegar um vôo até Bogotá, mas estava muito caro e voltamos de carro, com um motorista mais tranquilo. Creio que este passeio de 3 dias é o ideal, anão ser que se queira fazer um trekking de vários dias por áreas mais remotas da região. O pacote com transfer, avião, hotel, comida passeio, ie, tudo incluído, ficou em torno de US$450/pessoa. Vale muito a pena!

Vejam as fotos: