Ilha Ometepe – Nicarágua

27/09/15

hoje vamos à ilha de Ometepe, no imenso lago Nicarágua. Tentamos reservar a balsa, mas o site não funciona. Vamos direto à San Jorge, de onde sai a balsa e ver se conseguimos. O terminal é bem pequeno, mas aqui também tem uns tramitadores, que trabalham para as duas companhias da balsa e mentem quando pedimos informação, para forçar-nos a ir no horário da sua balsa. Desconfiados que andamos, pois o primeiro nos disse que não havia ninguém para vender, perguntamos novamente e havia uma balsa daí a 1:30 h. Compramos os tíquetes: US$35 para o carro e US$2,5/pessoa. Enquanto esperávamos, aproveitamos para almoçar no El Navegante, do italiano Dario, que nos disse que fez uma viagem do Ushuaia ao Alasca, de ônibus, em 2003 e nos mostrou o livro que escreveu. E gostou tanto daqui, que resolveu vir morar. A balsa é pequena, meio velha e a travessia dura 1 h, com vista dos dois vulcões da ilha. A maior cidade da ilha é Moyogalpa, onde chega a balsa e onde está a maioria dos hotéis. A outra cidade é Altagracia, do outro lado da ilha. E vários pequenos povoados, onde existem alguns B&B e mesmo hospedagem bem simples, na casa dos locais. Ficaremos próximo á Playa Santo Domingo, no meio da ilha. O formato da ilha lembra uma outra, Maui, que conhecemos no Havaí: um oito deitado. Muitos “gringos” na balsa, com suas enormes mochilas às costas. E, na carroceria de uma caminhonete, sem capota, deitado em um colchão e com uma “cabaninha” feita com um lençol, foi uma pessoa doente, com um calor de rachar! Uma ambulância pra lá de improvisada. Dura realidade da nossa América Latina!

28/09/15

a ilha é formada por 2 vulcões: Concepción, bastante ativo e considerado o cone mais perfeito da América Central e Maderas, na porção sudeste da ilha, com um lago na cratera, que se erguem do lago Nicarágua, unidos por um istmo. Pode-se subir ao cume, mais frequentemente do Maderas, ams é uma caminhada árdua, que leva aí umas 8 horas e sempre com guia. Vamos só vê-los de longe mesmo. Primeiro fomos conhecer a cachoeira de San Ramón (US$3/pessoa, US$3pelo carro), com pouco menos de 60 m e acessível por uma trilha de umas 2h. Isto se tiver um 4×4 pra subir até a entrada, senão são mais uns 3 km de caminhada. O caminho é em meio à floresta, passando por leito de rio e subindo pedras, mas vale a pena. À tarde, fomos ao Ojo de água, uma mina de água cristalina, onde fizeram uma piscina de água corrente, que com o calor infernal, estava uma delícia. Paga-se US$3/pessoa e tem também banheiros, ducha, restaurante. E uma corda pra se balançar e cair na água. Fê logo ficou amigo do vigia, que portava uma doze, e pediu pra tirar uma foto. E não é que o cara ia dando a arma pra ele? Que louco!

29/09/15

de carro, fomos percorrendo toda a ilha, parando nas praias pra tirar fotos, vendo como vivem os locais, nas áreas menos turísticas: cabanas simples, às vezes sem luz ou água encanada. Vimos várias mulheres lavando roupa no lago mesmo ou em rios. Enquanto esperávamos um caminhão de melancia ser carregado, percebi um grupo de meninos de uns 4-5 anos, apontei a máquina e logo fizeram pose. Chamei-os para mostrar as fotos que tinha tirado e deram muita risada, vendo-se nas fotos. Mais à frente, uma menina pediu carona pois tinha que apresentar um trabalho no colégio e o ônibus não passou. Como só temos os nossos bancos, o jeito foi dividir o meu com ela, Cindy, 18 anos, no último ano do colégio e que quer ir à Universidade, estudar Medicina e ser Pediatra. Torcemos pra que consiga! Boa parte da ilha vive da agricultura e pecuária familiar, mas, aos poucos, o turismo vem chegando e para muitos é uma fonte suplementar de renda. Conversando com a cozinheira do nosso B&B, ela nos conta que não há um hospital na ilha, apenas postos de saúde e uma ambulância para toda a ilha. Quando um paciente precisa de tratamento especializado, a família tem que se virar para transportá-lo até Rivas, a cidade com melhor estrutura mais próxima, a uns 30 km do terminal da balsa. Existe também um projeto para preservação e catalogação dos diversos sítios de petroglifos (hoje são 73) que existem na parte sul da ilha, mas que nem sempre são de fácil acesso e acabamos não visitando nenhum. Amanhã é pegar a balsa de volta e seguir pro sul.

Vejam as fotos: