Guayaquil – Equador

10/04/2014

Saímos cedo, em direção a Guayaquil. Resolvemos passar em Ingapirca, que são as principais ruínas incas do Equador, e, antes destes, viviam aí os cañari. Muitas obras pela estrada e finalmente chegamos. Nossa guia foi uma nativa, Esther, que nos explicou que inicialmente a cidade era habitada pelos cañaris e o complexo tem como características o uso de pedras do rio (que são arredondadas) e argamassa, e as construções são elípticas, sendo a principal o templo do Sol ou Hatun Cañar. Á medida que o império Inca se expandia para o sul, o Inca Tupac Yupanqui encontrou o povoado, mas teve dificuldade em conquistá-lo pela força. Resolveu então, fazer aliança, casando-se com princesas cañari. O templo já apresenta características das construções incas, com as pedras cortadas com precisão e sem uso de argamassa e posicionado de tal maneira que nos solstícios e equinócios, em determinada hora do dia o sol se projetaria pelas janelas no topo do templo. Incas e cañaris conviviam pacificamente, mas aos poucos a cultura inca foi se impondo. O complexo tinha função religiosa e militar. Os cañaris veneravam mais a Lua, sendo uma sociedade mais matriarcal, e os incas, o Sol, sendo o Inca o próprio sol. Foram achadas tumbas, com corpos de mulheres, enterradas juntas, provavelmente uma sacerdotisa que morreu e suas ajudantes, que eram sacrificadas. Como disse a Esther, faziam a “transição” junto com sua chefe. Ah se essa moda pega…. Daí seguimos pela estrada, que lembra a Anchieta, com muito verde, mas com chuva e uma neblina brava de não se enxergar 2 metros á frente. Finalmente chegamos a Gye (como Guayaquil é chamada por aqui) e fomos procurar nosso hotel Ramada. Que era uma furada! No site dizia que tinha estacionamento, que para nós é fundamental pois nossa vida está no carro, mas não tinha. Foi-nos dada a opção de estacionar na rua ao lado do hotel, mas nem aí tinha lugar. Sem contar que as fotos do site devem ser de 10 anos atrás, pois está caindo aos pedaços. Recusamo-nos a ficar aí e fomos procurar outro. Felizmente, logo encontramos, em melhor localização, mais novo, com melhor preço e ótimo atendimento: Unipark hotel. Já mais tranquilos, fomos comer algo e dormir

11/04/2014

Passeamos pelo parque Seminário ou das Iguanas, que é em frente ao nosso hotel. Tem mesmo dezenas de iguanas por todo canto, inclusive em cima das árvores. Eu fui me aproximar para tirar foto de uma que descia pelo tronco, e fui premiada com um cocozão no braço, que veio do alto, kkkkk. Em seguida fomos á catedral, em estilo neo – gótico, construída em 1948 pois a original foi destruída em um incêndio, bem como muitas outras construções de Gye. A catedral tem vários vitrais com cenas religiosas e rosetas encimando as portas. Próximo também está o palácio Municipal e o da Gobernación, em estilo neo clássico, além de várias praças com estátuas dos heróis locais. Fomos também ao Malecón, um parque que acompanha as margens do rio Guayas, com áreas de lazer, centro comercial, cinemas, mercado de artesanato. Foi todo recuperado e hoje é um lugar seguro e bonito para se passear. Aproveitamos pra pegar um cineminha. Também iniciamos nossos contatos para despachar o carro de navio para o Panamá, pois não há caminho por terra.

12/04/2014

Hoje nos encontramos com meu amigo César, que foi meu parceiro na residência, e que vive perto de Gye. Nos levou para almoçar em Samborondón, que é um subúrbio (tipo Alphaville), com condomínios modernos e muito bonitos. Foi muito bom passar algumas horas com ele, lembrando dos velhos tempos e também saber que está bem. Obrigado, amigo. Final de tarde fomos até o Malecón novamente, e comemos um lanche. De volta ao hotel, baixar fotos e dormir.

13/04/2014

Tivemos uma noite trash. Acordamos no meio da noite, eu nauseada, vomitando, com cólicas e o Fernando com diarréia. Isso durou até de manhã, nos revezando no banheiro. JECA brava!!! Passamos o dia de molho, á base de isotônicos e bolacha, vendo filmes na TV, sem disposição para nada.

14/04/2014

Acordamos bem (ufa!!!), mingau de aveia no café da manhã. Demos mais umas passeadas por aqui, almoçamos (tudo sob controle, hehehe) e fomos ao Malecón del Salado, do outro lado da cidade, um calçadão á beira do Estero del Salado, com áreas de mangue, fontes, praças. Antigamente havia banhos aqui (ainda tem umas cabaninhas), mas foi ficando poluído e hoje não é mais usado. Passamos também pelo parque del Centenário, com um imenso Monumento a los Heroes de la Independência, encimado por uma estátua que representa a Liberdade.

15/04/2014

Á espera de notícias quanto ao transporte da Cherry, que não vem.

16/04/2014

Retorno da JECA, assim, novamente á base de isotônicos e bolachas.

17/04/2014

Estamos meio sem vontade de comer. Nada nos apetece e só com esforço, comemos. Aqui no centro até tem algumas franquias internacionais de fast food, mas tá difícil. Fomos até um shopping, aproveitamos pra pegar um cineminha e compramos algumas frutas de bolachas. O engraçado é que não vimos ovo de Páscoa. Mas o Fê comprou uns chocolates, hehehe.

18/04/2014

Fazendo pressão no despachante, mas a cada hora é uma história diferente. Agora, querem que tire todo o combustível do carro e drene o óleo do motor!!! Aí, perguntamos como o carro vai entrar no contêiner, pois não poderá andar e ele não soube responder….

19/04/2014

Sexta-feira santa, muita procissão, filas nas igrejas para confissões, mas tudo está aberto e funcionando. Exceto nosso despachante.

20/04/2014

Cansados da espera!! Fomos caminhando pelo Malecón até o bairro Las Peñas, que é onde se iniciou a cidade e que foi restaurado. São várias casinhas coloridas no morro de Santa Ana. Da base até o topo, 444 degraus. Fomos subindo e a maioria das casinhas, ao longo desse trajeto dos degraus, abriga bares e lojas. Olhando por trás destas casas, as ruas não são pavimentadas e as casinhas mais pobres. No topo do morro tem o farol e uma capela, com vista da cidade. Logo abaixo uma pracinha, com a reconstrução de um navio pirata, onde funciona um bar. Na base do morro, á esquerda, há uma rua com casas coloniais, ao fim da qual tem outro malecón (calçadão), onde era o porto de Santa Ana, que está sendo revitalizado. Ficamos um pouco por ali e voltamos caminhando até o hotel.

21/04/2014

Fomos ao Parque Histórico, uma área com bosque, mangue e zoológico de animais silvestres e aves locais, e onde também foram reconstruídas algumas casas do inicio do século passado e onde se realizam shows das tradições equatorianas. Estávamos na alameda de saída e ouvimos um barulho grande ás nossas costas, como se um abacate tivesse caído. Ao virarmos para olhar, era uma baita de uma iguana que tinha despencado do alto da árvore, quase na nossa cabeça. Pareceu meio tonta, mas daí a pouco, já estava bem. Na volta passamos no shopping para comer uma massa. E o Fê tomou um banho de Pepsi do garçon. Estamos pegando trauma desta cidade!!!