Trujillo – Peru

31/03/2014

Acordamos cedo pra tentar fugir do trânsito de Lima, em direção a Trujillo. Distância de uns 490 km, mas com previsão de 8 horas de estrada. Dito e feito. Primeiro que foi uma hora pra sair de Lima, caos característico. A estrada, a maior parte do tempo é boa, pedagiada, mas tem trechos que passa dentro das cidades, com desvios mal sinalizados, o que gera demora e stress. E os milhares de tuktuks…. No caminho, em Chimbote, vimos a maior concentração de barcos pesqueiros. Chegamos a Trujillo por volta de 4 horas da tarde. O hotelzinho que ficamos novinho, bem cuidado, mas de difícil localização e longe do centro. Digamos que Trujillo não é uma favorita. Deixamos o carro numa garagem próxima do hotel e pegamos um táxi para ir ao centro. Chegamos á Plaza de Armas, visitamos a Catedral e fomos em direção á Plazuela El Recreo, com vários bares á sua volta. Comemos no Las Asturias, boa comida e bom preço.

01/04/2014

Pegamos o carro para visitar o complexo Chan Chan, capital do império Chimu, que viveu por aqui de 1100 a 1460, quando foram incorporados ao império Inca. Daqui Manco Capac chefiou os guerreiros Incas e sitiou Trujillo, então a capital e onde estava o exército de Pizzarro, matando milhares de espanhóis. Cobria uma área de 40 000 km2 e muito ainda está sendo descoberto. Mas boa parte foi saqueada pelos huaqueros, que são pessoas pagas por colecionadores para roubar estes sítios. Só que além de roubar, eles destroem construções, quebram e espalham objetos e múmias, o que dificulta a interpretação da história. Chan Chan está sendo “restaurada”, mas em alguns lugares parece o parque da Universal, na Disney, rsrsrs. De qualquer forma, é impressionante imaginar como deve ter sido aquilo em seu apogeu, com até 20 000 mil pessoas vivendo ali. Daí fomos á huaca Arco Íris, uns 3 km á frente, mas nos perdemos, dávamos em rotas bloqueadas, sem aviso e só com muita paciência e a ajuda de alguns moradores locais conseguimos chegar. Senão, acho que estaríamos rodando pra sempre, kkkkk. Esta huaca também está sendo restaurada, com bastante capricho, muito bonita, mas se é fiel á história…..
Saindo daí fomos á Huanchaco, uma praia bem tranquila e almoçamos num restaurante á beira mar, um bom ceviche e pescado. Aqui eles usam os barcos de totora (que é uma espécie de taboa), que chamam de caballitos de totora, para espalhar as redes no mar e para diversão dos turistas. É como uma prancha de surf, em que eles se sentam e vão remando com bambu cortado ao meio na longitudinal. Bem legal.

02/04/2014

Hoje fomos pro sul, visitar a Huaca del Sol y Luna. Claro que nos perdemos pra caramba (tô começando a achar que é de propósito, pra se fazer os passeios só com guias, rsrsrs). A huaca del Sol está fechada e foi provavelmente um centro administrativo; fomos então á huaca de la Luna que foi um centro cerimonial da cultura Moche, que viveu aí de 400 a 600 AD. O complexo é bem grande, sendo a parte central o templo, onde há uma praça com livre acesso a todos, em que se realizavam cerimônias. Outra praça de acesso restrito aos nobres. A praça dos sacrifícios, onde eram realizadas lutas ao pares e os perdedores eram sacrificados aos deuses. Mas antes eram mantidos em uma casa, para purificação e lhes davam chá de erva de São Pedro, que contém mescalina, um alucinógeno. Então, pelo menos morriam felizes. Ainda restam alguns afrescos com as cores originais. O interessante dessas huacas é que periodicamente, quando mudava o governante, elas eram soterradas e se construía outra em cima e á volta, como uma caixa maior sobre uma menor. Assim, quando foram escavando, viram que atrás de uma parede, havia outra, com diferentes afrescos. Assim, cada governante que vinha, tinha uma construção maior que o anterior. Final da tarde vimos que houve um terremoto em Arica e que havia um alerta para a costa do Pacífico, incluindo Peru e Equador, com risco de tsunami. Fui procurar o senhor do hotel pra perguntar, mas ouvi seus roncos dentro do escritório e resolvi deixar pra lá. Acompanhamos até umas 23 hs, e como tudo estava estável, fomos dormir.