Arequipa – Peru

15/03/2014

Saímos cedo e alguns quilômetros á frente demos a saída do Chile, tudo muito rápido. Mais alguns quilômetros á frente e tínhamos a aduana e imigração do Peru. Um pouco de confusão pois não há muita sinalização, vários papéis preenchidos, passa-se em vários guichês e o fiscal da aduana resolve que temos que passar toda a bagagem pelo raio X. Toca a baixar toda a tralha, com a ajuda de um funcionário com um carrinho. Enquanto eu passava as malas pelo RX, e Fernando ia pegar mais alguns carimbos. Não havia ninguém fiscalizando as máquinas de RX!?! Liberados, botamos tudo de volta no carro ( já estamos craques nisso) e de volta á estrada. Longos trechos de reta quase deserta e já próximo á Arequipa, curvas e mais curvas. Nossa pousada fica no centro, numa rua bem pequena e o GPS nos deu um baile, mas chegamos. Atrás de um muro, cinco quartos em meio a um jardim, tudo muito bem cuidado e florido. Fomos atendidos pela Diana, que junto com sua mãe, Dona Victória, tocam a pousada. Cama e chuveiro ótimos. Estacionamos e fomos dar uma volta no centro ou Plaza de Armas. Tem numa extremidade a Catedral, com sua fachada branca, em sillar, que que é uma pedra típica dessa região, originária das cinzas dos vulcões, que rodeiam a cidade. Arequipa é chamada de cidade branca, pelas várias construções com essa pedra. Ao redor da praça existem arcos em dois andares e a praça tem palmeiras e plantas e no centro uma fonte, encimada por um anjo com uma trombeta, chamado carinhosamente de Turututu. É considerada uma das plazas de armas mais bonitas do Peru. Fomos a um restaurante indicado pela Diana, El Ekeke e comemos uma parrillada, muito boa.

16/03/2014

Café da manhã no jardim e no capricho. Como só estamos nós na pousada, estamos tendo toda a mordomia. Saimos para ir ao mosteiro de Santa Catalina, cujo projeto original é de 1570, mas iniciado 5 anos depois e financiado em parte por uma viúva rica, Maria Guzmán, que doou toda sua fortuna e se mudou para lá. E como era comum á época, várias filhas das famílias ricas iam para o convento. Só que aqui , apesar de viverem enclausuradas, no inicio, cada uma tinha sua casa e inclusive, com empregada. A construção é muito bonita, tem ruelas e um estilo mourisco. Tem uma lavanderia com água corrente e duas salas de banho distintas, para as monjas e para as empregadas. Até que chegou uma monja dominicana e acabou com todas as mordomias, passando os ambientes a serem comunitários e banindo empregadas. A partir de 1970, parte do mosteiro virou museu e foi aberto á visitação. Tem uma área privada, onde ainda hoje vivem umas 30 monjas. Algumas das casas das monjas ainda guardam móveis e utensílios da época, como um piano alemão e porcelana inglesa e Limoges. Tudo muito bem cuidado e com flores e jardins maravilhosos. Fomos depois á igreja da Compañia de Jesus, com um frontispício trabalhado em pedra, construída no final do século 17, e que utiliza as sombras para destacar o relevo. O interior é bastante austero, exceto pelos 3 altares em ouro, fantásticos e uma Madona com o Menino. O que antes eram os claustros dos jesuítas é hoje uma galeria com várias lojinhas. A Plaza de Armas estava bastante movimentada, talvez por ser domingo, com muitas famílias indígenas. Passamos ainda pelas igrejas de San Farncisco e Santo Domingo. Para não perder o costume fomos a uma pizzaria, minúscula, mas com boa pizza e um atendimento simpaticíssimo.

17/03/2014

Com a ajuda da Chrysler em São Paulo, levamos a Cherry para revisão na Divemotors, aqui em Arequipa. Deixamos a Cherry lá e fomos a pé até um mall que tinha próximo, onde trocamos um pouco de dinheiro. Em seguida, pegamos um taxi e fomos até Yanahuara, um bairro próximo daqui. Tem uma pracinha muito bem cuidada, com a igrejinha á direita e uns arcos em sillar ao fundo, com um mirante de onde se poderia ver o vulcão el Misti. Poderia, porque como está nublado, nem sinal do danado. Estamos há 3 dias em Arequipa e não conseguimos vê-lo, pois tem estado nublado todo o tempo. As pessoas dizem que essa é a época das chuvas, mas que este ano não chove há mais de um mês. A igrejinha também estava fechada (aliás a maioria das igrejas fecha durante o dia), mas tem uma fachada bem interessante, com relevo em pedra mostrando a árvore da vida, com anjos, flores, animais, santos e indígenas. Almoçamos na Ocopa Picantería e, por sugestão do Pedro, que nos atendeu, comemos uma entrada com queijo frito, batatas e tomates num molho á base de amendoim e um triple: torta de batata, costelinha e legumes refogados e um tipo de pimentão, só que bem ardido, recheado. Para beber, chicha morada, bebida á base de choclo (milho) e especiarias, bem refrescante. Como nos disseram que o carro estaria pronto ás 15 hs, voltamos á concessionária e tomamos um chá de cadeira. Houve um problema com o sistema e a liberação do óleo para troca demorou até as 6 horas: conseguimos sair da concessionária, com mil pedidos de desculpa pelo pessoal. Mas com a Cherry em dia.